Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos

Artigos

  • Voltando a um tema

    Jornal do Commercio (RJ),, em 17/11/2009

    O tema talvez esteja superado. Durante semanas, na seção das cartas dos leitores, discutiu-se a retirada dos crucifixos das salas de aulas dos colégios públicos, bem como dos tribunais e de outras repartições do Estado. O argumento principal, lembrado por todos os que defendiam a retirada, foi o constrangimento daqueles que, professando outras religiões ou não professando religião nenhuma, são obrigados a conviver com o símbolo maior de outra religião, não importa que seja a religião da maioria.

  • Culpa e responsabilidade

    Folha de São Paulo,, em 15/11/2009

    O apagão da semana colocou, entre outros temas, a discussão sobre a culpa e a responsabilidade pela pane no sistema de energia para todo o país. O governo está botando a culpa nas condições meteorológicas: raios, ventos e chuvas teriam afetado as linhas de transmissão. Embora não haja ainda uma explicação definitiva para o desastre, é possível que a culpa seja da natureza, uma vez que não houve até agora prova de deficiência técnica ou suspeita de sabotagem.

  • Os anéis e os dedos

    Jornal do Commercio (RJ),, em 12/11/2009

    Leio nas folhas que, em 2025, São Paulo será a maior cidade do mundo. Não entendo muito desse tipo de previsão, mas acho que a cidade já é a terceira ou quarta e tem justamente em seu gigantismo a base maior de seus problemas – o trânsito em primeiro lugar, as enchentes em segundo.

  • O pagador do sucesso

    Jornal do Commercio (RJ),, em 10/11/2009

    São frequentes os atores de cinema que se transformaram em bons diretores. Os casos mais notáveis seriam Chaplin e Orson Welles, passando por Vittorio De Sica, que começou como galã do cinema italiano e terminou como diretor de obras-primas, como Ladrões de Bicicletas, Umberto D e Milagre em Milão.

  • A justiça como é feita

    Jornal do Commercio (RJ), em 05/03/2009

    Um filme de André Cayatte (Justice est faite) conta a história de um réu acusado de um crime. Ele alega inocência, o juiz fica em dúvida e, na dúvida, não o condena à morte, mas à prisão por oito anos. Cayatte, que além de cineasta era advogado militante, termina entrando na história com o seguinte comentário: “Se o réu é culpado, a pena foi pouca. Se o réu é inocente, a pena foi muita. De qualquer forma, a justiça dos homens foi feita”.

  • Pecunia non olet

    Jornal do Commercio (RJ), em 03/03/2009

    Publiquei há tempos, neste mesmo espaço, crônica com este título: ‘Dinheiro não tem cheiro’. Explico a citação: para impedir sujeira nas ruas de Roma, Vespasiano mandou construir mictórios públicos que receberam o nome do imperador. Para compensar o investimento, taxou os vespasianos – até hoje existem alguns no centro histórico da cidade. Seu filho reclamou: achou que era demais cobrar impostos de uma necessidade pública. Vespasiano pronunciou então a frase que se tornou famosa: ‘Pecunia non olet’.

  • O leopardo

    Folha de S. Paulo (SP), em 01/03/2009

    Não é do meu gosto nem de minha obrigação comentar intenções de quem quer que seja, sobretudo de chefes de estado – com exceção parcial do nosso presidente, uma vez que tudo o que ele diz ou insinua pode se transformar numa esperança ou numa catástrofe.

  • Nó de cachorro

    Jornal do Commercio (RJ), em 26/02/2009

    A cada desfile no sambódromo, lembro sempre um conto de Marques Rebelo, que anda um pouco esquecido, mas que pegou com sucesso o veio carioca do romance nacional, iniciado com Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um Sargento de Milícias), Machado de Assis e Lima Barreto.

  • O Mosteiro dos Tijolos de Feltro

    Folha de S. Paulo (SP), em 20/02/2009

    INFINITA É a capacidade do homem em buscar sarna para se coçar. Se até agora não demos o nosso recado, é evidente que quebramos a cara, e o remédio é assumir o fracasso e tratar de fazer pouco barulho. Foi mais ou menos o que não fiz quando tive tempo e pretexto para ficar quieto num canto e deixar o mundo fazer aquilo que o nosso presidente chamou de "sifu".

  • Desigualdade eleitoral

    Folha de S. Paulo (SP), em 19/02/2009

    A tese da reeleição para cargos executivos, em si, não contraria a práxis da democracia. Um administrador tem o direito de ser julgado pelos eleitores, submetendo-se à nova avaliação de suas qualidades. Quem ganha leva.

  • Canivete Suiço

    Folha de S. Paulo (SP), em 17/02/2009

    De uns tempos para cá, a mídia decidiu adotar o politicamente correto e, além disso, evitar problemas na Justiça: jornais, revistas, rádios e TVs não classificam ninguém de traficante, ladrão, estuprador ou assassino. Na obrigação de informar crimes, sequestros, tiroteios e assaltos sexuais, o máximo a que chegam é à suposição. A polícia invade um morro e mata tantos supostos traficantes, que supostamente escondiam um arsenal supostamente de última geração.

  • Justiça tarda e falha

    Folha de S. Paulo (SP), em 15/02/2009

    Do noticiário da última sexta-feira: “O inquérito contra (Valdir) Raupp chegou ao STF em julho de 2003. O julgamento em plenário da denúncia apresentada pelo Ministério Público começou em abril de 2007, quando seis ministros concordaram com a abertura da ação penal. Gilmar Mendes pediu vista e só devolveu o caso ontem (2009), após quase dois anos com o processo em suas mãos. Quando finalmente devolveu, foi a vez de (Carlos Alberto) Direito pedir vista”. A reportagem é assinada por Carolina Brígido, de “O Globo”.

  • Eutanásia

    Folha de S. Paulo (SP), em 12/02/2009

    “Tema polêmico, que envolve ciência e religião, até agora a eutanásia é condenada em sociedades que se consideram civilizadas. Não deixa de ser um assassinato, de contrariar o mandamento inscrito na fronte de todos nós: não matarás!

  • Vara de marmelo

    Jornal do Commercio (RJ), em 10/02/2009

    10Naquele tempo, como os Evangelhos lidos nas missas, todas as quitandas tinham, bem expostos na entrada, um feixe de varas de marmelo. Fininhas, um pouco recurvas na parte de cima, eram tidas como inquebráveis. Um pai que se prezava tinha sempre uma delas, também em lugar de destaque dentro de casa. Era o instrumento preferencial para surrar os filhos que fizessem qualquer avaria na ordem doméstica.

  • Moniz Vianna

    Jornal do Commercio (RJ), em 03/02/2009

    Durante muitos anos, Moniz Vianna foi o imperador absoluto na crítica cinematográfica. Evidente que era contestado, mas ninguém poderia imaginar um filme importante sem sua opinião, fosse contra ou a favor. Antes de mais nada, foi um líder: apesar de responsável pela seção de cinema, durante dois ou três anos foi o redator-chefe do “Correio da Manhã”.