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Artigos

  • Depois da luta

    Diário da Manhã (GO), em 12/10/2010

    Antes de começar o debate, a movimentação no estúdio da Bandeirantes parecia os preparativos para uma luta de boxe, os contendores em cada canto, os treinadores dando as últimas instruções, a contagem do tempo e, nos intervalos de cada round, a entrada no ringue dos segundos, aqueles caras que levam toalhas e baldes para a recuperação dos estragos.

  • Nostalgia da verdade

    Jornal do Commercio (RJ),, em 31/12/2009

    Pequena (ainda) crise no setor militar neste final de ano. O governo deseja implantar um necessário Plano Nacional dos Direitos Hu­manos que cria uma “Co­­missão da Verdade” para apurar torturas, mortes e desaparecimentos durante a ditadura militar que durou 21 anos, de 1964 a 1985.

  • O novo livro

    Folha de S. Paulo,, em 29/12/2009

    A Amazon vendeu, em todo o mundo, 9,5 milhões de Kindles [no dia 14/12], dando a média de 110 aparelhinhos por segundo. A rival, a Barnes & Noble, que produz o Nook, teve problemas de distribuição e deve ter vendido um pouco menos. A soma das vendas dos livros eletrônicos, neste Natal, nos Estados Unidos, deve ter superado a venda dos impressos no mesmo período.

  • Homens & Mulheres

    Folha de S. Paulo,, em 27/12/2009

    Talvez seja um machismo light que tenho encruado dentro de minha formação ou desinformação: não aprecio a mudança que a igreja introduziu no cântico do “Gloria”, alterando a expressão “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. Afinal, o canto litúrgico em latim repete a saudação dos anjos que anunciaram a Boa-nova aos pastores de Belém e que está até hoje no Evangelho de Lucas: “homens de boa vontade”.

  • A lucidez do Natal

    Folha de S. Paulo,, em 25/12/2009

    É véspera de Natal e o homem de repente descobre que está sozinho e lúcido. Até o meio-dia ele teve os colegas, recebeu e distribuiu abraços, viu amigos e inimigos levarem embrulhos e alegrias. Ouviu queixas sobre o preço do presunto e a qualidade dos figos e soube que os vinhos nacionais andavam bons, muita gente deixou de comprar o Grandjó e o Médoc para prestigiar a vinicultura pátria.

  • Agulhas e bolas de gude

    Jornal do Commercio (RJ),, em 24/12/2009

    Julinho era filho de dona Nair, que se fazia passar por viúva do dr. Botelho, mas na realidade era apenas separada do marido que vivia com uma tal Moerís, mulata para 300 talheres, que chegara a desfilar quase nua num Carnaval do passado, musa absoluta dos Tenentes do Diabo.

  • Uma noite de Natal

    Jornal do Commercio (RJ),, em 22/12/2009

    Desde o dia 13 está ali, na cela do Batalhão de Guardas, tendo Joel Silveira como companheiro, e um cartaz na parede com o lema: 'A guarda morre, mas não se rende'. Joel colocou por cima a página inteira de um jornal com a cara do Papai Noel. O bom velhinho sorri estupidamente, com suas bochechas coloridas, mas não dá para salvar nem alegrar a noite de Natal que se aproxima. Os advogados dos dois, dele e do Joel, haviam negociado uma visita dos parentes, mulheres e filhas, mas o comando da região militar vetou a visita aos presos do AI-5. Deviam ser comunistas e não mereciam o Natal dos homens de boa vontade que acreditavam em Deus e no Natal.

  • O palavrão do general

    Folha de S. Paulo,, em 15/12/2009

    Um general de Napoleão, Pierre Cambronne, no final da tarde de Waterloo, vendo o desastre das tropas francesas, desceu do seu cavalo e disse uma palavra que era então considerada palavrão: 'Merde'. Definiu perfeitamente a situação, e não havia no vocabulário um termo que expressasse a sua raiva pela derrota.

  • Pedro & Paulo

    Folha de S. Paulo,, em 13/12/2009

    A tradição atribui a são Pedro não apenas as chaves do Céu, mas o domínio das torneiras que ele fecha e abre quando quer. Em vida foi uma espécie de rival de São Paulo, que não chegou a pertencer àquele núcleo inicial do cristianismo, só conheceu Jesus mais tarde, na estrada de Damasco, quando já havia cristãos espalhados por todo o Oriente Médio, inclusive e principalmente na Judéia e Galiléia.

  • Prós e Contras

    Jornal do Commercio (RJ),, em 10/12/2009

    Muita gente ficou com as manifestações populares a favor do governador Arruda, em Brasília. Num primeiro exame do fenômeno, a tradição explica que são forças comprometidas com o próprio Arruda, gente que é mobilizada, à custa de dinheiro ou de favores, para ocupar as ruas e tentar neutralizar a maré contrária.

  • Serennus Samodecus

    Folha de S. Paulo (RJ),, em 29/11/2009

    Verdade seja dita: ninguém até hoje acusou Serennus Samodecus, o famoso clínico-geral dos tempos de Roma Imperial, de ter inventado a palavra-fórmula “abracadabra”. Os hermeneutas da história são unânimes em concordar, genericamente, que ao tempo dele, vinda das Arábias, a palavra já chegara aos campos etruscos onde Roma se edificara, “Roma condita est”.

  • Sócrates e o porco

    Folha de S. Paulo,, em 27/11/2009

    O contínuo veio avisar que o sujeito queria falar comigo. Fui lá fora, e o camarada alto e magro levantou-se e apresentou-se: J. Campos. Homem de meia-idade, parecido com o Guimarães Rosa quando ria, aquele brilho nos olhos esverdeados, aquela mesma hesitação no falar, como quem procura sempre a palavra exata. J. Campos lera um livro meu, sabia-me de vagas inquietações e viera oferecer seus préstimos e seu livro, edição particular.

  • Casta Suzana

    Folha de S. Paulo,, em 26/11/2009

    Foram muitos, muitíssimos, os palpites sobre a visita de Ahmadinejad ao Brasil, e nada demais que eu também meta a colher nesse mingau.

  • Já vimos este filme

    Folha de S. Paulo (RJ),, em 24/11/2009

    Tal como na televisão, as novelas da vida real são recorrentes, repetem-se com frequência mudando apenas alguns pormenores irrelevantes. O chassi é sempre o mesmo.

  • Dr. Jekill & Mr. Hyde

    Folha de S. Paulo (RJ),, em 19/11/2009

    O Dr. Jekill era um médico competente. Acima de tudo, um homem decente. Mr. Hyde era um maníaco sexual que chegou a praticar crimes de morte. Os dois conviviam no mesmo indivíduo, a passagem do bem para o mal era a consequência de pesquisas em que o médico queria penetrar na alma humana.