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A volta dos ditadores

 

Li no noticiário estrangeiro do nosso jornal que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, informou que vai cassar as licenças de exploração televisiva se as emissoras em funcionamento continuarem a criticar o seu governo. Como se sabe, as televisões dependem de licença do governo, que pode de uma penada provocar a troca do dono ou então fazer com que dispensem comentaristas ou analistas importunos. Evidentemente, Hugo Chávez está assumindo postura de ditador no velho estilo latino-americano, que tantos males trouxe para o continente, tais os excessos praticados durante os respectivos governos.


 


A Venezuela e a vizinha Colômbia sofreram com ditadores, como os demais países do continente, e os seus povos não sentem saudades dos dias torvos, sinistros, sufocantes, em que prevaleceu a vontade do chefe supremo, categoria da qual é exemplo vivo o presidente de Cuba, Fidel Castro.


 


Essa decisão de Chávez vibra um golpe violento na democracia e se o presidente perseverar na sua intenção de cassar canais de televisão de seus críticos não terá ele o direito de se associar com o Brasil, Argentina e Bolívia em explorações econômicas, como a do petróleo e de seus derivados. Também não caberá na Organização dos Estados Americanos, onde há muito tempo se viam líderes arbitrários, que tantos males causaram no continente.


 


Reconheço que o poder é sedutor e pressiona para que seja absoluto em quem o exerce nas alturas da Presidência, mas a humanidade já viveu e sofreu o bastante com governos de tiranos, sobre os quais Santo Tomás tanto advertiu a respeito do perigo que sempre representaram para as Nações. Felizmente, brasileiros ouvidos por uma empresa de pesquisas reprovaram a decisão de Chávez, o que muito nos conforta. Por isso, dizemos não aos ditadores!


 


Diario do Comercio (São Paulo) 21/06/2006

Diario do Comercio (São Paulo), 21/06/2006