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Sugestões para novas Copas

 

Quando os ingleses começaram a chutar o crânio dos adversários criando, sem saber, o jogo mais popular do mundo, ninguém me consultou sobre as regras que deveriam ser obedecidas por todos os jogadores. Mais tarde, fizeram uma lista de proibições e direitos que deveriam dar régua e compasso, em níveis internacionais que, com raríssimas exceções, são obedecidas e, de certo modo, explicam a popularidade e a importância do chamado "esporte bretão".

É evidente que nenhum dos autores da International Football Association Board se lembrou de proibir mordidas, como a do uruguaio Luis Suárez no adversário italiano Giorgio Chiellini, em partida desta Copa de 2014 classificada por dona Dilma como a "Copa das Copas". Nem a cabeçada de Zidane no peito de Marco Materazzi, também italiano.

Se, naquela ocasião, tivessem me consultado, eu proibiria que um jogador se encostasse em outro, mais ou menos como no vôlei. Assim, ainda que o encontro fosse dirigido à bola, ou seja, se um jogador fosse derrubado, cometeria uma falta.

Nunca vi uma série de trombadas no meio do campo, mesmo sem a iminência de gol.

Os placares seriam mais altos (mais ou menos como no basquete). Há tempos, li que a razão que explica (ou explicava) o desinteresse dos norte-americanos pelo futebol eram os resultados das partidas que terminavam com escores apertados (1 a 0 ou 2 a 0). Sem falar nos empates de 0 a 0, que tornam a partida inútil, sem sentido. Como pode um jogo com 22 profissionais da bola, após 90 minutos de ação, terminar sem vencedor nem vencido?

Para um americano comum, altamente competitivo em todos os setores, desde uma nave especial ao melhor hambúrguer, é incompreensível tanta perda de energia e paixão para chegar a um resultado ambíguo, que nem resultado é.

Folha de S. Paulo (RJ), 29/06/2014