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Submissão ao MST

 

O MST ficou conhecido pelo desrespeito à Lei Magna do país, a Constituição de 88, do que pelo programa de reforma agrária. Suas escolas, sobretudo a última, dedicada a antigo professor da USP, e o culto de Che Guevara, mais a violência do campo, com a participação de urbanos até na indumentária, fez a sua figura para a opinião pública.


O MST recebe subvenção do governo, e não pequena, mas tem o estranho privilégio de não prestar contas ao tribunal competente. Ninguém sabe como é gasto o dinheiro que lhes é transferido, como vem de sê-lo pelo presidente da República, que não poupa elogios ao movimento de Stédile e outros.


O vínculo do presidente da República com o MST é antigo. Tudo desse movimento, animado por aderentes urbanos de ocasião, passa despercebido ao presidente Lula da Silva. Como se não fosse uma realidade a invasão de propriedades altamente produtivas, nem os assentamentos que são elevados.


O MST precisa viver e sobreviver, para que continue sua obra sem dúvida nefasta, quando tomado de esquerdismo delirante, quer a reforma agrária de seus sonhos, com os quais se iludem os autênticos agricultores, para os quais a reforma agrária seria uma forma de mantê-lo na produção agrária. O MST necessita de todo o aparato que mobiliza para receber apoio financeiro, e não pequeno, como foi noticiado na semana passada.


Pesa-nos, sem dúvida, que o presidente, cuja ação política e administrativa é a de primeiro magistrado, portanto, por obrigação, mandatário de todo o povo brasileiro, pesa-nos, insistimos, que o chefe de Estado e de governo esqueça suas atribuições e sustente o MST com sua carga de agitação, bem nos moldes do esquerdismo mais anacrônico, mais deplorável de que se tem notícia. É, por isso, uma submissão do presidente aos agitadores do MST, quando não enquadra esse movimento nos dispositivo legais a que estão sujeitos todos os brasileiros, e ainda os sustenta com verbas não consignadas para exame pelo TCU.


Pela situação atual, pelas escolas de ostentoso esquerdismo pré-revolucionário, pela disposição de que estão animados os dirigentes do movimento, se não tiver ele um paradeiro vai dar trabalho aos governos que sucederem ao do presidente Lula da Silva. Admite-se que agricultores legítimos queiram uma fração de terra para explorá-la. Mas o que está havendo, continuamente, é o MST por baixo das cercas de proteção aos limites legítimos de proprietários agrícolas, sem que o presidente reaja, como é de seu dever.


Daí entendermos que o presidente está, aparentemente - é o mínimo que escrevemos - submisso, com sua antiga convicção esquerdista, que não interessa ao país, e deixa que seus dirigentes façam o que lhes aprouver, sem temor de repressão.


Isso não pode vir de um governo que pretende continuar no poder por mais quatro anos.




Diário do Comércio (São Paulo) 03/06/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 03/06/2005