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São Luís, os velhos ainda sonham

 
Nossa cidade de São Luís está cada vez mais decadente. Sem empregos e sem perspectivas de futuro. Já falei aqui que é preciso pensar na cidade.
 
Hoje, o turismo é uma das indústrias mais dinâmicas no mundo. Portugal hoje, como o resto da Europa, tem o turismo como uma de suas principais fontes de renda. O Nordeste brasileiro já está usufruindo de seus benefícios. Fortaleza, por exemplo, é um destino muito procurado pelos europeus. Voos turísticos internacionais chegam hoje a muitos destinos do Brasil.
 
Precisamos planejar e montar a logística para atrair empresas de turismo e turistas. São Luís tem tudo para isso. Primeiro, é Patrimônio Cultural da Humanidade; segundo, é o terceiro porto do Brasil. Mas ambas as vocações, turística e portuária, estão abandonadas.
 
O Centro Histórico é o maior conjunto colonial português, com seus sobradões, seus azulejos, seu casario, suas ladeiras e seus mirantes. Mas a cada inverno ele se deteriora mais. A Unesco já até ameaçou que, se continuar assim, vai nos tirar o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.
 
São Luís tem história. Três dominações: francesa, holandesa e portuguesa. No Império, tornou-se um centro de irradiação cultural.
 
Mas turismo? Nada. Outro dia fui visitar a zona do Porto. Está em decadência, desorganizada e desleixada. Precisamos planejar, sob o ponto de vista turístico, o Porto. Não o porto de águas, mas a parte terrestre. Poderíamos receber os grandes transatlânticos turísticos no Porto do Itaqui. Mas é necessário criar atrativos, estrutura e infraestrutura.
 
Quando senador do Amapá incentivei muito os prefeitos a transformarem Macapá num atrativo turístico. Lá existe uma belíssima fortaleza do século XVIII, a Fortaleza de S. José do Macapá. Sugeri que se fizesse um museu, ultramoderno, para mostrar a madeira da Amazônia e o Parque do Tumucumaque, conhecido por sua biodiversidade. Consegui o projeto - que entreguei ao Estado - com o grande arquiteto João Filgueira Lima, o Lelé. Pensei ainda em fazer uma praia artificial na frente da cidade, como se fez em Copacabana.
 
Alberto Silva, governador do Piauí, um sonhador e idealista, para atrair visitantes, planejou em Teresina um observatório gigantesco de óvnis, isto é, discos voadores!!!
 
São Luís tem duas vocações, a portuária e a cultural. Temos de dinamizá-las, fazer da Ilha do Amor também a Ilha da Beleza Histórica, valorizar nossas praias, modernizar e aumentar nossos museus. Sua parte viária é boa, com viadutos e grandes avenidas feitas por Roseana.
 
Enfim, este é o caminho da riqueza, da vocação da cidade, para criar empregos e desenvolvimento.
 
Quero ver São Luís com Aeroporto Internacional, o Porto do Itaqui no roteiro do turismo internacional, com transatlânticos desembarcando milhares de visitantes.
 
E quem diz São Luís, diz Maranhão. De São Luís indo aos Lençóis - o mais belo deserto à beira-mar do mundo, com suas lagoas coloridas. À Chapada das Mesas, com sua beleza e suas cachoeiras.
 
E por último, mas principal, ver um povo acolhedor, simpático, hospitaleiro. Prefeito, vá por aí. Os velhos ainda sonham.
O Estado do Maranhão, 25/05/2019