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Nova biblioteca

 

Aí está, recém-construída, a Biblioteca Pública da Academia Brasileira de Letras, com o nome de Rodolfo Garcia, em homenagem sugerida por Josué Montello a um ilustre acadêmico, meu conterrâneo, nascido no Rio Grande do Norte, e que, durante vários anos, presidiu a Biblioteca Nacional.


Toda climatizada, computadorizada e sonorizada, à prova de qualquer ruído externo, esta nossa BRG é hoje, modéstia à parte, uma das mais modernas bibliotecas brasileiras, com 50 mil livros, voltados para a filologia, a filosofia, a história, a literatura e as ciências humanas.


Ela nasceu, há quatro anos, ainda na Presidência do acadêmico Arnaldo Niskier. As primeiras providências adotadas foram as de ''fabricar'' um espaço, que simplesmente não existia, para esta Biblioteca. Fez-se aí, no nosso Palácio Austregésilo de Athayde, a desocupação de todo o segundo andar, em negociações conduzidas junto a inquilinos, que se mudaram sem nenhuma queixa ou seqüela.


Contratamos então os serviços da arquiteta Cláudia de Carvalho, com experiência internacional, que elaborou um projeto e acompanhou toda a sua execução. A idéia prosseguiu com o presidente Tarcísio Padilha e foi continuada pelo acadêmico Carlos Nejar, seu secretário-geral e, depois, presidente interino.


Esse projeto prosseguiu, sem qualquer solução de continuidade, ao longo de todas essas administrações, até a presidência do acadêmico Alberto da Costa e Silva, que contratou os serviços do escritório de engenharia do Dr. Jayme Plotowski, para a tarefa de transformar uma área antes ocupada por bancos, escritórios e consultórios num espaço destinado a uma biblioteca.


Um detalhe importante foi garantido na obra: a necessidade de manter uma temperatura ambiente, sempre estável, durante 24 horas, para proteger um patrimônio de obras raras, com valor inestimável, que não podem ficar sujeitas a oscilações de frio e de calor. Do projeto já executado, constam ainda três painéis fotográficos históricos, produzidos pelo escritório de Aloísio Magalhães, sobre Rodolfo Garcia, outro sobre os cinco primeiros diretores da Academia e um terceiro, com foto de Athayde, cercado pelos acadêmicos Barbosa Lima Sobrinho, Francisco de Assis Barbosa, Odylo Costa Filho, Antônio Callado, Magalhães Júnior, Josué Montello e Vianna Moog. Há uma sala para cabines especiais para consultas informatizadas; um salão de leitura; uma sala de multimídia para CDs e DVDs; e um salão para guardar o acervo de livros, com 75 estantes e uma sala de segurança, que monitora todo o interior da Biblioteca.


Destinamos também uma área de 100 metros quadrados para uma sala de vídeo-conferência, antiga solicitação dos inquilinos do edifício Austregésilo de Athayde, dotada do mais sofisticado equipamento de software com capacidade para, simultaneamente, reunir seis cidades de vários continentes.


Nossa experiência limitava-se à Biblioteca no Petit Trianon, destinada mais especificamente a obras raras e a livros de autoria dos nossos acadêmicos. Agora, temos de enfrentar este novo desafio, tentador e instigante: o de instalarmos uma Biblioteca Pública numa área de 1.300 metros quadrados, com 50 mil volumes de interesse geral, além de 10 mil obras de referência e de consulta.


O presidente Alberto da Costa e Silva recorreu à consultoria do professor Edson Nery da Fonseca, uma das autoridades brasileiras no assunto, que está nos ajudando na catalogação do acervo. Toda esta obra - voltada para a pesquisa de estudantes, escritores, historiadores, visitantes e jornalistas - deve estar finalizada em novembro ou dezembro, o que será mais um motivo de honra para todos nós, acadêmicos.




Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) em 17/03/2004

Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) em, 17/03/2004