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Museu do idioma

 

Foi inaugurado segunda-feira última, na reformada Estação da Luz, marco de nosso desenvolvimento em parceria com a Inglaterra, o Museu da Língua Portuguesa, obra louvabilíssima do operoso governador Geraldo Alckmin.


O Museu é um florão que se acrescenta à língua, vigoroso sistema de comunicação que os portugueses, descobridores e civilizadores do Brasil, nos deram, juntamente com outras instituições como o Direito, as Ordenações, a Santa Casa, a representação popular nas Câmaras, a segurança com as Forças Armadas e a soberania, primeiro com a Casa de Aviz e depois com as sucessoras, até à Independência.


Olavo Bilac, grande poeta parnasiano, criou inadvertidamente uma certa mágoa no Brasil de seu tempo, quando publicou o formoso soneto Última flor do Lácio, inculta e bela , insistindo na hermética língua com que fomos contemplados para comunicar a grandiosa obra de criação de um império voltado para a realeza de Cristo, como cantou Camões.


A Língua Portuguesa, segundo a última edição do Aurélio , tem 435.000 vocábulos e é menos rica do que o espanhol, o francês, sobretudo o inglês, e outras línguas faladas no mundo. Mas é suficientemente rica para expressar as nuances do pensamento, inclusive do pensamento filosófico, o mais complexo, que nunca foi o nosso forte intelectual.


A Língua Portuguesa é dotada de certa versatilidade, que permite aos estudiosos das altas especulações dizer tudo o que pensam e ser compreendidos perfeitamente bem, como nos demais idiomas.


É interessante notar que as variações regionais estão apenas no sotaque. Há, evidentemente, variações vocabulares, mas todos se entendem muito bem, como acentuou o grande Gilberto Freyre.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 24/03/2006

Diário do Comércio (São Paulo), 24/03/2006