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Marilyn Monroe e a inflação

 

De todos os chefes de Estado do mundo, e talvez da história, desconfio que Dona Dilma seja a que mais aparece e se expõe na mídia. Mesmo os ditadores que podem e gostam de aparecer, ela ganha de longe. Bem verdade que nesta semana apareceu com destaque, mordendo um dedo, bem maquiada, com uma expressão coquete que poderia aparecer na capa dessas revistas dedicadas aos homens solitários. Não deixa de ser um velado elogio à sua imagem.

No entanto toda vez que frequenta a mídia, seja andando de bicicleta, ou fazendo charme quase libidinoso, o que ela diz é bem contrário ao que a sociedade escuta e sofre.

Ela nega a inflação que começa a subir e inquietar cada dona de casa, na hora de pagar os supermercados, as farmácias, escolas e vestuário. Aos maridos, os juros dos cartões de crédito e impostos em geral.

Dona Dilma deve ser a primeira a saber, daí que se espanta (mas não resolve) o problema de suas contas, a ponto de se falar num impeachment (torço para que não se chegue a este ponto), mas, como a maioria da classe política e a sociedade, acho quase inevitável que não seja necessário. Ou ela muda ou será mudada. Tivemos a experiência da inflação anterior ao Plano Real.

Critiquei a guinada que ele deu na economia nacional, considerando-a eleitoreira. Não estou arrependido mas concordo com aqueles que elogiaram a medida que flagelou o bolso de todos, que inclusive degolou as poupanças.

Não há um plano sólido para controlar a subida dos preços. Inclusive ela própria está ameaçada pelo Tribunal de Contas de não ter aprovadas suas contas.

Sei o quanto é difícil frear os preços, mas com coragem e competência, é sempre possível melhorar a situação. Muitos países conseguem combater a inflação, sobretudo quando ela se torna massacrante.

Folha de São Paulo, 02/08/2015