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A justificativa do Não

 

Tem justificativa a vitória do Não no referendo de domingo.


Desde logo, ter em casa uma arma dá, ainda que precariamente, relativa segurança ao possuidor. Infelizmente, vivemos tempos difíceis, nos quais se destaca o crime organizado. Quem votou pelo Não levou em consideração a realidade do momento presente e, provavelmente, de um futuro sem previsão de distância. Militou, ainda, na decisão negativa a realidade geográfica do Brasil, quer dizer, do Brasil profundo, que se destaca do caranguejamento da costa de que falou no passado o cronista seiscentista.


São as milhares de propriedades, sítios, fazendas, grandes, médias e pequenas, que não podem ficar a mercê de invasões criminosas sem ter armas para se defender.


Os EUA tiveram este problema na conquista do Oeste, tão celebrada pelo cinema. A Winchester foi inventada para os pioneiros, que com ela se defenderam de ataques dos ladrões de terras e das invasões de propriedades. Proibir de todo o uso de armas não seria razoável, portanto, para quem delas necessita a fim de se defender ou tentar se defender contra bandidos armados com o que há de mais moderno na panóplia dos armamentos.


Embora o Sim fosse, teoricamente, mais civilizado, a aura do romantismo que o acompanha esbarra na forte realidade do crime em expansão. O Não foi, portanto, um evidente derivado da realidade atual, das suposições de ampliação do crime organizado, que nas urnas se efetivou na votação do referendo. Por tudo isso o eleitor que votou o Não considerou justificado o sufrágio que obteve a vitória.


As autoridades do governo federal têm, agora, que disciplinar as autorizações para o uso de armamentos.




Diário do Comércio (São Paulo) 25/10/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 25/10/2005