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Demissão de Palocci

 

O alvoroço que colocou diante de Antonio Palocci uma ciranda de verdades, meias-verdades e inverdades, provocou escândalos que acabou levando o operoso e simpático ministro ao inevitável pedido de demissão. Este episódio me faz lembrar uma antiga charge do temível semanário humorístico inglês Punch , que não sei se ainda existe.


Antes da Segunda Guerra Mundial, especulava-se se ela viria ou não e se Hitler atacaria a Inglaterra ou não, e quando a guerra veio o Punch deu à sua charge um título cômico: "Felizmente, temos a guerra. Estamos tranqüilos." É o que podem os inimigos e amigos dizerem da demissão de Palocci. Finalmente a demissão. Podemos agora pensar em outra coisa...


Jogado ao fervedouro da crise, inclusive com a participação de um modesto caseiro que serviu para o que se queria contra Palocci, o que tivemos foi a queda do responsável pela execução da política econômico-financeira. Publiquei dias atrás um artigo cujo título era Maledeto Imbroglio . Está aí o imbroglio , que não favorece o presidente Lula, cujas afirmações de permanência na pasta por Palocci não se confirmaram e também na execução de sua responsabilidade ministerial, que pode tomar rumos dos quais não se tem suspeita.


É esse, portanto, um lamentável episódio, na trama de outros episódios que estão sacudindo as instituições políticas de maneira altamente perigosa para a vocação democrática do povo brasileiro e para o futuro imediato do País, com suas seqüelas na vida das gerações que vão se encontrar no plano da Nação, que necessita trabalho, operosidade e amor à terra, que é grande em nosso país.


A demissão de Palocci, como se esperava, chegou mas não contribuiu para amainar a tremenda crise que se abateu sobre a nação brasileira.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 29/03/2006

Diário do Comércio (São Paulo), 29/03/2006