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A crise não é relativa

 

A medonha e obscena nudez do atual governo revela que o PT está acuado, praticamente sem saber o que fazer.

Desta vez, a crise não nasceu nos jornais nem nas ruas, embora elas, ruas e mídias, escancarem o nó que dona Dilma deu na mais recente crise institucional do Brasil.

O próprio vice-presidente, Michel Temer, reconheceu a "relativa" crise que o governo como um todo está atravessando.

Cada vez que um dos áulicos do Planalto se manifesta em entrevistas ou mesmo no plenário do Senado ou da Câmara, o recurso que usa é a voz alta, a indignação e até mesmo o insulto contra aqueles que não defendem o PT e o governo de Dilma com seus infinitos ministros, assessores, porta-vozes "et reliqua".

O recurso mais usado pelos defensores do atual governo é lembrar, principalmente, que o problema das contas é antigo, vem desde Pedro Álvares Cabral, o marechal Deodoro da Fonseca, Rodrigues Alves, Fernando Henrique Cardoso "et reliqua".

Não estou criticando os nomes citados. Revelo apenas a decepção com o PT e com a presidente do país com sua infinita tropa, incluindo necessariamente ministros, assessores, porta-vozes e líderes da base aliada, que já não está tão aliada assim, não por causa de alguma ideologia ou ética, mas pela insatisfação com os cargos e honras na máquina estatal.

Continuo insistindo: não considero a hipótese de um impeachment, muito menos de um golpe de estado. Mas reconheço, como já disse aqui, por diversas vezes, que ou a presidente muda ou será mudada. Torço sinceramente que ela mude.

Se as chamadas "vivandeiras de quartel" apelarem para a caserna, além da desgraça total do país, e da nova vergonha que podemos esperar, pessoalmente estou preparado para a sétima prisão, somando à

Folha de São Paulo (RJ), 09/08/2015