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A crença no diabo

 

Citei há pouco tempo nesta coluna a confissão de Werner Sombart ao diabo, em face do que estava ele testemunhando na Europa do seu tempo, nos anos 30, onde as crises se encadeavam em todos os países, suscitando pânico nas populações que viviam tranqüilamente.


Transpondo para o Brasil essa confissão, lembro que o vice-presidente José Alencar declarou à imprensa há pouco tempo que Lula fizera um pacto com o diabo. Não creio neste pacto, mas suponho que Lula, retirante das soalheiras de seu Nordeste natal, creia no diabo muito mais do que os violeiros dos intermináveis desafios.


Verdadeiramente, quem conhece a literatura do diabo e dos exorcismos católicos à presença do Maligno admite que há interferência diabólica nos episódios a que estamos assistindo nas CPIs, nas bengaladas e na apropriação de dinheiro por indivíduos desconhecidos. Comadrice de ministra contra ministro, um e outro apaziguados por Lula, e a crise múltipla escorrendo simbolicamente nos edifícios nacionais do Planalto, como que levando a todos a uma exasperação que poderá entornar a relativa paz em que ainda vivemos.


Quem conhece a literatura satanista, literatura vasta e muito freqüentada por pensadores católicos, sabe que o diabolismo é um mal presente na história e não é uma figura de retórica, mas uma realidade que suscita o medo de sua extensão quando vemos ampliar-se a limites que o esforço humano não pode alcançar.


Ensina a Igreja Católica a oração do Vade Retro . Não custa nada aprendê-la para exorcizá-lo quando oportuno fazê-lo, sendo mais prudente admitir a realidade diabólica do que a sua inexistência. Não pensemos no diabo ridículo de João da Ega, mas no diabo testamenteiro que tentou Jesus Cristo e não foi atendido pelo filho de Deus.




Diário do Comércio (São Paulo) 05/12/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 05/12/2005