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Bravata de Lula

 

Queremos saber quem deve aturar Lula. O presidente comprova, a cada dia que passa, que não está capacitado para exercer a Presidência de uma nação como o Brasil, com os problemas, as diversas populações regionais, as diferenças de clima, a defeituosa distribuição de renda, a condição hipo-suficiente de vasta área demográfica, os transportes, a educação, a saúde, os problemas urbanos e outros mais que seria longo relacionar.


Que sabe o presidente Lula dessa carga? O País é, lamentavelmente, desservido de uma infra-estrutura tecnológica para eliminar as desigualdades e firmá-lo como potência efetivamente emergente, em lugar de destaque pelas suas instituições. Não se nega que Lula despertou simpatia por sua trajetória, de pau-de-arara de Garanhuns a presidente do Brasil, mas quando a opinião pública mundial foi se aprofundando sobre essa personalidade, ficou decepcionada. Essa é a realidade lulista.


Até agora ninguém avaliou que o presidente deva ser punido com o impeachment. Mas quem está certo é Tarso Genro, que lhe pede para deixar de alegar ignorância dos escândalos que enodoaram a nação perante a opinião pública. Na época histórica em que estamos vivendo, tudo se conhece, e como dizia Machado de Assis, aí tudo se perde. A casa cai.


Em síntese, a verdade sobre os acontecimentos é que o crédito de Lula baixou consideravelmente. Não tenha o presidente dúvida. Não poderá o titular do governo salvar-se desse maremoto que cobre o país de norte a sul e de leste a oeste. Uma crise dessa dimensão não é indissolúvel como fumaça de cigarro. Avalia a situação em que se encontra o presidente Lula? Por sua bravata, de que temos de engolí-lo, o presidente demonstra que está longe de sopesar.


A política não tem entranhas. Saiba o presidente Lula que, ao contrário do que brada aos ventos revoltados do país, ele deve, e muito, a sua eleição mais à propaganda, à sua pertinência em perder e voltar a concorrer para a Presidência. Não se nega a sua obstinação, mas não se deve, também negar os apoios que o ampararam na sua carreira política, culminando na conquista presidencial.


Não se exponha Lula com mais uma bravata, pois o cargo de presidente não é tão precário como o de técnico de futebol, que o digam os presidentes apeados do poder. Não digo que a história não se repete, mas, não raro, neste e em outros países, como num jantar de gala, os pratos não passam duas vezes. O drama da pátria brasileira, enxovalhada na mídia do mundo, ainda não terminou. Não se façam, portanto, previsões.




Diário do Comércio (São Paulo) 05/08/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 05/08/2005