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A bomba da aposentadoria

 

Quando ouço um homem ou uma mulher com idade de aposentadoria, fico pensando como irão eles e milhões de outros viverem com a migalha que recebem do INSS.


O meu caso. Não poderia viver o mês, não daria para comprar os jornais que leio e as revistas estrangeiras que me fornecem elementos para avaliar como vai este mundo maluco em que estamos vivendo. Mas, todos os aposentados vão à Caixa Econômica Federal receber o seu benefício do INSS, pois sempre para alguma coisa dá o que recebem.


Sei, estou farto de saber que o sistema previdenciário no Brasil é mais maltratado do que jogo de futebol de várzea por principiantes no esporte. Na França conheço bem, por ter freqüentado a Cote d’Azur durante o longo período em que os príncipes Anna e Jorge Lubomirski moravam em Menton, na Villa Suzanette. Depois que partiram deste mundo, a propriedade da ville passou para minha mulher e eu a acompanhava nas vezes anuais que ia para a sua temporada de fim da primavera e parte do verão, e no fim do ano, para o Natal e o Ano Novo nas recepções da estação social. Lá não é muito alta a aposentadoria, mas é muito maior do que aqui. Em Menton, cidade que tem um clima excelente, aparentemente todos conseguem viver.


A aposentadoria francesa é conhecida. Embora os aposentados ganhem menos do que no trabalho, todos ganham razoavelmente, têm sempre auxílio farmácia, dentista à disposição e outras regalias, que no Brasil ninguém com elas nem sonha.


O grave do problema da aposentadoria é, portanto, a sua situação insolúvel, e com o aumento do número de aposentados - de um lado pelo desenvolvimento econômico e, de outro, pelo número cada vez maior de pessoas aposentadas - o que temos é uma bomba, aquela que um dia vai explodir se não for tomada uma medida enérgica e bem estruturada para garantir a instituição e sua capacidade para atender aos apelos dos aposentados.


Enfim, no eletrizado setor, pouco há o que ainda acrescentar, depois de tudo quanto se escreveu e se falou sem se chegar a uma solução mais ou menos satisfatória.


Diário do Comércio (SP) 19/05/2005

Diário do Comércio (SP), 19/05/2005