Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Bloco do Eu Sozinho

Bloco do Eu Sozinho

 

Não há dúvida: nesta reta final da campanha para a Presidência da República, sobretudo depois dos debates na TV e da cobertura "ad nauseam" das mídias impressas e eletrônicas, a eleição do próximo domingo finalmente ganhou, não digo o entusiasmo, mas, sim, a atenção dos eleitores.

A Folha, seguindo uma tradição, embora se manifeste de modo igual na cobertura do pleito eleitoral, dando a cada candidato o mesmo espaço gráfico e editorial, recomenda que os seus cronistas e colunistas não revelem suas preferências pessoais ou partidárias, uma vez que há uma seção na página A3 (Tendências/Debates) e outros espaços de cada edição que dão destaque às notícias e comentários sobre o desenrolar da campanha.

Não há consenso sobre a posição do jornal diante do fato eleitoral, mas o critério da Folha é coerente com a pluralidade de sua linha editorial. Trata cada assunto com a isenção que atos e fatos merecem.

Naquilo que me interessa, concordo com a tradição do jornal que está a serviço do Brasil, e não de um grupo político, religioso, ideológico, econômico ou esportivo.

Nunca me filiei a qualquer partido, certo ou errado, sou fanático pelo bloco do Eu Sozinho, e não apenas em política ou culinária. Acho que sou o único que considera Fred um atacante que deveria estar na seleção do técnico Dunga.

Não votarei nesta eleição porque sou contra a democracia representativa e a faixa etária me libera deste dever cívico. Lembro Aristóteles: "Affirmatio unius non est negatio alterius" (a afirmação de uma coisa não é a negação de outra).

Se declaro que não gosto do bife de fígado, não significa que eu goste de ensopado de rim. Se não gosto de Deus, não quero dizer que goste do Diabo. Se gosto de uma mulher, não admito que desdenhe todas as outras.

Folha de S. Paulo (RJ), 19/10/2014