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Animal ferido

 

A investigação sobre os escândalos político-administrativos prossegue, e parece que não teremos pizza, simplesmente por ser impossível esconder o tamanho da crise na qual o PT de Lula e seus correligionários afundaram o País.


Teve o presidente o que não esperava; todos os meios de comunicação do mundo deram páginas e tempo para os sinistros eventos que enodoaram a nação, que não merecia e não merece o mal tremendo que abala as nossas instituições.


O presidente Lula está certo que se recuperará se ficar provado cabalmente sua culpa. Será ou seria, então, reclamado o impeachment, e o presidente Lula teria o destino de que Collor passou, de Indiana Jones a réprobo.


Se não chegar a tanto, tenhamos a certeza de que o presidente Lula é um animal ferido, que não terá mais na sua vida política, longa ou curta, o mesmo desembaraço, nem a credibilidade que o projetou no Brasil, dando-lhe a chefia do Estado.


Outro presidente que ficou, também ele, animal ferido em seu governo, quando eleito pelo voto popular, foi Getúlio Vargas. Político de muitíssimo mais recursos intelectuais do que Lula da Silva, Getúlio Vargas foi encurralado numa crise violenta, da qual se livrou pela via trágica da morte pelo suicídio.


Animal ferido depois de longa vida pública - governo provisório depois da Revolução de 30, duas eleições e uma ditadura -, e o tiro que manchou de sangue este país tão alheio a gestos supremos.


O que será do presidente Lula é impossível vaticinar, e nem é o caso.


Mas ele não será curado, por lhe faltar compreensão da transmudada postura de presidente eleito para a de animal ferido, irreparável na política.




Diário do Comércio (São Paulo) 12/08/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 12/08/2005