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Artigos

 
  • Histórias e verdades

    “Se você tem que disparar a flecha da verdade, primeiro adoce sua ponta no mel”, diz um velho provérbio chinês. Isso vale a para a experiência espiritual. A verdade não é pensar sobre a vida, mas experimentá-la. Por isso, a maior parte dos ensinamentos vem de parábolas e pequenas histórias. O jesuíta Anthony de Mello, que colecionou histórias das diversas tradições espirituais, dizia: “Com as histórias, você faz um curso espiritual. Guarde-as na memória. E quando tiver que provar algo, use uma história. É impossível resistir ao fascínio da expressão: ‘Era uma vez...’”.

  • Histórias de plágio

    RIO DE JANEIRO - Ainda não me dei ao respeito de ler a biografia do Paulo Coelho escrita pelo sempre competente Fernando Morais. Amigos que a leram me informam, alarmados, que o mago, em início de carreira, plagiou uma crônica minha para se habilitar ao emprego num jornal do Nordeste. Nada tenho contra. Lamento apenas a falta de gosto ou de informação do Paulo. Bem que poderia ter escolhido autor mais importante.

  • Crime de militares

    A notícia de que militares são responsabilizados por crime no Rio de Janeiro - pelo qual o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobe o Morro da Providência e pede perdão as mães dos jovens executados por milícias rivais - criou um caso pavoroso entre o Exército e comunidade civil. Embora o pedido de perdão tenha sido divulgado por todos os meios de comunicação, a rigor não foi ele aceito pelas famílias dos jovens entregues aos traficantes, que os torturaram e os executaram.

  • Um erro na Providência

    O CONCEITO e a idéia das Forças Armadas estão ligados indissoluvelmente à existência do Estado. As próprias finalidades deste último legitimam a manutenção de forças organizadas com o propósito de tornar efetiva a soberania e de enfrentar conflitos. Para isso, elas terão de ser capazes de garantir a própria existência do país e de enfrentar ameaças externas. Daí a necessidade de serem modernas, profissionalizadas, com salários dignos e recursos humanos bem preparados.

  • Permanência de Clarice

    A literatura de Clarice Lispector pode ser tida como o grande exemplo da ficção simbolista no Brasil. A linhagem do gênero é larga e longa. Há mais de cem anos que o simbolismo narrativo, tal como o concebemos hoje, começou a se firmar no mundo. Escrevendo sobre Théophile Gautier, dizia Baudelaire que a nova ficção devia ligar-se à poesia, não tomando-lhe emprestado metro e rima, acrescentava, mas aproveitando-se de sua "concisa energia" de linguagem. Num estudo sobre simbolismo em geral,"The literary simbol", enumera Willian York Tindall os motivos pelos quais o romance superou a poesia no século XX.

  • Butterfly

    RIO DE JANEIRO - Em São Paulo, nas comemorações do centenário da imigração japonesa, foi encenada uma das óperas mais populares do repertório lírico, baseada numa peça de David Belasco, roteirizada por Giuseppe Giacosa e Luigi Illica e musicada por Giacomo Puccini.

  • Olhar distante

    ESTOCOLMO, Suécia. Estou aqui na reunião anual de ex-presidentes e chefes de governo para analisar a atual situação do mundo. A ela comparecem experts em todos os temas.

  • A colheita de arroz

    O mestre encarregou o discípulo de cuidar sozinho pela primeira vez do campo de arroz. No primeiro ano, o discípulo não deixou faltar água e a colheita foi boa. No segundo ano, ele pôs fertilizante. Resultado: a colheita foi maior. No terceiro, ele botou mais fertilizante do que ele tinha utilizado no ano anterior. A colheita foi maior ainda, mas o arroz nasceu pequenininho. “Se aumentar a quantidade, não terá arroz ano que vem”, disse o mestre, completando: “Você sempre fortalece alguém quando ajuda um pouco, mas acaba estragando se ajuda muito”.

  • O ritmo da natureza

    Sabemos que não adianta esquecer a promessa, e no dia seguinte cumprir o prometido duas ou mais vezes. Tampouco adianta rezar sete orações num mesmo dia e passar o resto da semana achando que cumprimos nossa tarefa com nosso espírito e nosso Deus. As graças e as orações não são como o trigo, que pode ser armazenado à espera do inverno. O exercício da fé e da sabedoria é um aprendizado contínuo, como uma escada, onde se sobe um degrau de cada vez. Certas coisas na vida precisam acontecer na medida e no ritmo ditados pela natureza e pelo Divino.

  • O dinheiro como estigma

    Judeu e usura são ambas palavras dc cinco letras. Judcu c usura contam com a melancólica vogal “u” em dose dupla. Mas judeu e usura t^m mais em comum do que essas coincidências. Têm, em comum, uma longa história. E têm, em comum, o estigma. A partir de certo momento, judeu e usura passaram a ser automaticamente associados.

  • As bênçãos de Deus

    Passeando por uma plantação, um homem viu um espantalho e falou: “Deve estar cansado de ficar aí, sem nada para fazer”. O espantalho respondeu: “O prazer de afastar o perigo é grande”. O homem concordou: “Eu também tenho agido assim, com bons resultados”. Voltou o espantalho e comentou: “Mas só vive espantando as coisas quem está cheio de palha por dentro”. O homem demorou para entender: aquele que tem carne e sangue precisa aceitar coisas inesperadas. Quem não tem nada por dentro, vive afastando tudo e nem mesmo as bênçãos de Deus chegam perto.

  • Pedido de ajuda

    Um poeta foi pedir ajuda a Anaxímedes: “minha poesia quer conter os céus e a Terra. Mas meu raciocínio não consegue entendê-los”. “Nem deve. Eles foram feitos para que nós pudéssemos senti-los”, disse Anaxímedes. “Então, como poderei escrever sobre estas maravilhas?”, retrucou. “Dentro de você existe todo o Universo”, respondeu o filósofo. “Se você restringi-lo apenas às paredes do seu quarto, jamais poderá escutar a música das esferas. Mas se for capaz de ver o teto de sua casa cheio de estrelas, poderá cantar e contar toda a história da humanidade”.