
Atualidade do feminismo
[2]Um de nossos jornais publicou um artigo de autora americana sobre o feminismo. Na opinião dessa autora, o preconceito contra o feminismo continua a ter cultores.
Um de nossos jornais publicou um artigo de autora americana sobre o feminismo. Na opinião dessa autora, o preconceito contra o feminismo continua a ter cultores.
A holandesa no clube
Às vezes a gente tem a impressão de que o Brasil é o país mais explicado do mundo. Talvez seja mesmo, até porque se trata de um hábito nacional buscar entender como uma terra tão extensa e rica parece hoje sem esperanças a tantos de nós. A colonização portuguesa, no momento um pouco esquecida, já serviu de explicação principal durante muito tempo. E não relacionada a fatores históricos pouco levados em consideração, ou mesmo ignorados, mas a noções que, de tão primárias, somente denunciam o preconceito ou a desinformação de quem as perfilha. Portugal, um país minúsculo e de população pequena, chegou, durante muito tempo, a ser uma das potências mundiais mais importantes e, no entanto, seu povo seria congenitamente incapaz. Desde pequeno, ouço como teria sido tão melhor se houvéssemos sido colonizados pelos holandeses, pelos ingleses, pelos franceses e assim por diante. Aí, sim, seria sangue bom, herança genética superior, que nos teria assegurado o desenvolvimento que jamais tivemos e talvez jamais venhamos a ter.
O que caracteriza o pensamento filosófico da Idade Média, que termina com o advento do Humanismo e do Renascimento nos séculos 14 e 15, é a convicção de que a mente humana é capaz de resolver, graças à razão, os problemas que superam os limites da experiência.Já no Mundo Moderno prevalece a idéia, que veio cada vez mais se consolidando desde Bacon a Kant e os pensadores contemporâneos, de que a razão humana não tem capacidade para indagar de questões situadas no plano metaempírico, como, por exemplo, a existência ou não de Deus, a imortalidade da alma ou seu destino ultraterreno.
Na década de 80, na América Latina, três países eram democráticos: Venezuela, Colômbia e Costa Rica. Quando da redemocratização da Argentina e do Brasil, eu e Alfonsín, na reunião de Foz de Iguaçu, início de tudo o que viria a ser a nova relação de integração no continente, com a construção do Mercosul, estabelecemos a chamada "cláusula democrática". O primeiro objetivo nosso era fazer voltar a democracia à região. Hoje, todos os países, com a pergunta sobre Cuba, respiram ares de liberdade e governos constituídos em eleições livres.
Os trabalhos legislativos corriam em Brasília, mornos e monótonos no fim daquela tarde de 3 de setembro de 1968, quando o deputado Marcio Moreira Alves, falando no ''pinga-fogo'', pronunciou um discurso que bem poderia ter ficado inédito, porque proferido para um plenário vazio e que constaria de um registro sem o menor destaque ou importância no Diário do Congresso. Dizia ele mais ou menos o seguinte:
Dois fatos, que aparentemente nada têm em comum, podem servir de reflexão para avaliarmos como ficou difícil o bem comum da humanidade. Bin Laden, que, apesar de comandar uma facção terrorista internacional, não deixa de ser um simples indivíduo, propôs uma trégua a diversos países europeus desde que sejam retiradas as tropas coligadas aos Estados Unidos.
Quando Bush foi eleito para a presidência não depositamos em sua candidatura vitoriosa a confiança que milhões de seus compatriotas entenderam de confiar-lhe. Sua aparência de cowboy, sua rusticidade, apesar de bem casado, o fato de ser governador do Texas, um dos mais importantes Estados da União Americana, daria o crédito de que necessitávamos, pois, como é amplamente sabido, todos dependemos dos Estados Unidos em vários setores, principalmente no comercial.
Foi muito oportuna a crise psicológica da Argentina com o Brasil, recentemente divulgada pelo “Clarín”, de Buenos Aires. Oportuna porque revelou, sem formalmente comprometer o presidente Kirchner, seu estado de espírito com relação à política externa brasileira e assim abriu para o governo brasileiro, antes de a crise psicológica se converter em política, a oportunidade de adotar as convenientes medidas corretivas.
Os recentes 40 anos do lançamento do romance de Adonias Filho. "Corpo vivo", sua obra-prima, não obtiveram espaço na imprensa de agora, preocupada, como é natural, com o ano de 2004. Contudo eu vos digo que nesse livro está um momento de eternidade da ficção brasileira. Num país que sente a atração da novidade, novíssimo continua sendo o tipo de narrativa de Adonias Filho, inventor de um tempo.
Realizou-se na semana passada em Alexandria conferência de pensadores e líderes voltados às presentes tensões do diálogo das civilizações, por iniciativa da Academia da Latinidade. Difícil encontrar-se lugar mais simbólico que o da reunião, na Biblioteca quase mitológica para o encontro entre cabeças do Ocidente e do mundo islâmico a enfrentar a ruptura de pontes do pós 11 de setembro. Todo o debate se desenvolveu sobre o tema da hegemonia e da civilização do medo, tônica que Alain Touraine pôde arrematar pela pergunta: o crescente pavor de agora não coloca em perigo de morte o próprio Ocidente?
Estava demorando um pouco, mas acabou aparecendo neste governo também. Como se sabe, a imprensa é culpada de tudo o que acontece de ruim. Tem sempre sido assim e não vai mudar. Volta e meia alguém se lembra de que o jornalismo é uma profissão perigosa, mas pouca gente de fato se preocupa com isso, até porque o perigo só é visível para a maioria quando os jornalistas estão cumprindo missões como a cobertura de guerras. Mas o perigo é bem mais amplo e, nesta minha já não tão curta vida, tenho sabido de jornalistas assassinados, agredidos, presos e até obrigados a um tipo de gastronomia peculiar à øprofissão: comer o jornal em que se escreveu alguma coisa que causou o problema denunciado. Comer jornais pode até não ser tão usual hoje em dia, a não ser que o Fome Zero tenha feito mais progressos do que os divulgados, mas, quando comecei a carreira, na Bahia, era corriqueiro, principalmente no interior. Acredito que, com a crescente desvalorização da vida, esse costume vem sendo substituído pelo assassinato mesmo. Sai mais prático e sem tantos problemas, eis que matar ou mandar matar alguém está muito fácil hoje em dia e, segundo me contam, a concorrência é tal que o serviço pode sair por algumas poucas centenas de reais, talvez pagos com cheques pré-datados ou vales-transporte.
Não morro nem muito menos vivo de amores pelo Hugo Chávez, não gosto de sua cara de índio aculturado, de seus trejeitos histriônicos, tampouco de sua maneira de governar por meio de plebiscitos certamente macetados. Tampouco apreciava Saddam Hussein, com o seu farto bigode e o seu farto arsenal de crimes.
Na semana passada, comentei sobre heróis anônimos, que conheci durante os encontros da Fundação Schwab. Fui convidado por Klaus e Hilde Schwab para ser um dos fundadores, e desde 2000 não deixo de me surpreender com pessoas cheias de entusiasmo, idéias novas, revolucionárias, e com responsabilidade social.
A entrevista coletiva de Lula à mídia impressa e audiovisual não trouxe nenhuma novidade que não conhecêssemos, com a única diferença, de resto destacada nos jornais e no rádio e na televisão, foi a de que o presidente é unha e carne - expressão de mau gosto - com o ministro Palocci e com o presidente do BC, Henrique Meirelles.
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