
Água benta
[2]Deve haver alguma coisa de errado com o atual Governo, apesar do crédito que a nação lhe deu e que os oito meses de poder ainda não revogaram - se é que as pesquisas de opinião são honestas.
Deve haver alguma coisa de errado com o atual Governo, apesar do crédito que a nação lhe deu e que os oito meses de poder ainda não revogaram - se é que as pesquisas de opinião são honestas.
Ninguém está satisfeito com o que tem. Acho que faz parte da natureza humana, daí a sabedoria popular concluir que a galinha mais gorda é a do vizinho ou, entre os povos de língua inglesa, que a grama sempre cresce mais verde do outro lado da cerca. Todo ano nos acostumamos a ver compatriotas sulistas, no dia em que neva um tiquinho numa montanha de Santa Catarina, pular naquelas pedras embranquecidas, fazendo tudo o que já viram no cinema ou mesmo nas histórias em quadrinhos. Tem gente que até larga o trabalho em outras regiões e tira uns diazinhos de férias só para ver a neve lá do Sul. E, suspeito eu, temos uma espécie de inveja coletiva dos climas onde borrascas de neve soterram carros e lagos congelam para se patinar alegremente.
Durante sua peregrinação a Meca, um homem santo começou a sentir a presença de Deus ao seu lado. No meio de um transe, ajoelhou-se, escondeu o rosto, e rezou:
O constante valor dado à boa-fé constitui uma das mais relevantes diferenças entre o Código Civil de 1916 e o de 2002, que o substituiu. É que aquele se baseou no anteprojeto escrito por Clovis Bevilacqua, na última década do século 19, tendo esse insigne jurisconsulto se baseado, além de no Código de Napoleão e na legislação luso-brasileira anterior, nos ensinamentos da escola alemã dos pandectistas, entre os quais figuravam os elaboradores do Código Civil alemão, o BGB que entrou em vigor em 1900.
Hotéis, hospitais e até mesmo alguns edifícios comerciais, seguindo a paranóia americana que sataniza com a mesma violência tanto o cigarro como os estrangeiros suspeitos de atos terroristas, há muito aboliram o 13 andar, e já andei num navio que pulava da ponte 12 diretamente para a 14 - não sei porque, nos navios, os andares são pontes.
Numa era de transparência, que se confunde com um desenfreado e irresponsável denuncismo, vale a pena refletir sobre a missão do Sistema S (Senac, Sesc, Senai, Sesi, Senar, Sest e Senat) no processo de desenvolvimento do País. Principalmente no que tange à nossa grande prioridade, que é a educação, capaz de levar o País ao progresso.
Não há como esconder a gravidade da depredação do edifício do Congresso Nacional e da tentativa de sua invasão. Mostra o episódio a vulnerabilidade das dependências da Casa e, conseqüentemente, do seu funcionamento.
"Crônica" era "relatório", "narrativa", "reportagem", com histórias de naufrágios, de uma batalha, de uma terra descoberta e dominada, de uma aventura.
Não é data redonda, mas são 49 anos daquele 5 de agosto que iniciaria a maior crise política do Brasil, com a morte do major Vaz na rua Tonelero, a qual, 19 dias mais tarde, provocaria o suicídio do presidente Getúlio Vargas.
Ainda meio inseguro quanto à compreensão do que pretendo escrever abaixo, taquei o título aí em cima e continuo inseguro, embora um pouco menos. O título parece com os dos filmes de caubói de antigamente, quando cidades do tempo do bangue-bangue nos Estados Unidos viviam entregues a bandidos que usavam tiros até para matar baratas (Glenn Ford uma vez matou uma, enquanto relaxava numa banheira, com o inseparável Colt 45 ao lado; assisti pessoalmente, embora não lembre o título do filme) e temo que o que vou dizer seja tido como uma exortação à transformação dos nossos grandes centros urbanos em cidades do faroeste.Mas claro que não farei uma exortação desse tipo e a razão é bastante simples. Em primeiro lugar, o que parece não ter importância alguma, sou contra a violência. Em segundo lugar, menos um pouco desimportante, estamos há muito tempo em falta de mocinhos, em todos os níveis de Governo. E, agora sim, importante, já vivemos nessa situação há muito tempo. Somos cidades de faroeste, diferençadas apenas por detalhes, como carros e motocicletas, em vez de cavalos, e a ausência de coldres recheados à mostra. De resto, basta pensar e ver que, em cidades onde morre mais gente baleada do que em países em guerra, só podemos ser uma espécie de faroeste.
É freqüente a alegação de que não se trabalha com afinco e entusiasmo por não estar a atividade exercida em consonância com sua vocação. A bem ver, prevalece a idéia de que, ao nascer, cada ser humano chega para exercer uma profissão determinada, para a qual estaria sendo chamado.
Vamos falar do Iraque, fugindo aos temas aqui da nossa terra. Este será um assunto que vai permanecer na agenda internacional por muito tempo e pode transformar-se em referência do que não se deve fazer, como o Vietnam, que até hoje amargura o povo americano.
Quando os Beatles estouraram, com aqueles cabelos e com a musicalidade jamais igualada pelos seus sucessores, parecia que a contestação de costumes, temas e acordes chegara ao máximo. Otto Maria Carpeaux, que não canso de citar, e que conhecia música a fundo, fez uma profecia: "Daqui a alguns anos, as músicas deles serão tocadas no salão de chá da Confeitaria Colombo."
O Brasil é um país de escritores. Grandes, médios e pequenos. Homens e principalmente mulheres, numa proporção cada vez maior. Aí se inclui o gênero poesia, com adeptos numerosos, como indicam os admiradores de Castro Alves, Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes, entre outros.
O sistema de dedicar parte de suas reuniões semanais a lembrar, numa série de efemérides, a figura e a obra de acadêmicos mortos, mantém a Academia Brasileira de Letras fiel à sua missão de preservar a memória do país no setor que lhe compete. De Cláudio Manuel da Costa foi dos mais recentes efemérides ali apresentadas.
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