
Para onde vai a educação?
[2]Vejamos o caso do ensino superior. Sempre é o preferido das discussões públicas e dos orçamentos do MEC. Hoje dispõe de mais de 60% dos recursos oficiais, mantendo uma qualidade precária.
Vejamos o caso do ensino superior. Sempre é o preferido das discussões públicas e dos orçamentos do MEC. Hoje dispõe de mais de 60% dos recursos oficiais, mantendo uma qualidade precária.
Se vocês estão pensando que trocaram uma letra aí em cima, esclareço que não trocaram. Não é "cronológicas", é "cornológicas" mesmo. Trata-se do que presumo ser um neologismo, para qualificar fenômenos ligados a cornos. Apesar de injusta fama em contrário, não sou dado a inventar palavras e perpetrei esta por achá-la necessária para sanar uma falha em nosso já indigente vocabulário. Bem verdade que sua etimologia, misturando latim com grego, haverá de alçar sobrolhos entre os filólogos, mas, se Auguste Comte pôde fazer a mesma coisa com "sociologia", creio que, transcorrido tanto tempo, um brasileiro já tem o mesmo direito, sem macular excessivamente a nossa luzente imagem no exterior ou expor-se a acusações de plágio e macaqueação.
Leio em um portal de notícias na Internet: no dia 10 de junho de 2004, foi encontrado, na cidade de Tóquio, um morto vestido de pijamas.
Um dos fatos históricos que mais desafiam nossa constante vontade de chegar às raízes dos problemas é a unidade político-social da América portuguesa em contraste com o esfacelamento do mundo hispânico, no mesmo continente, em impressionante número de Repúblicas de pequeno e grande porte.
Numa dessas minhas sextas-feiras, nessa tarefa nem sempre árdua de encontrar temas, escrevi sobre a Guerra do Iraque e defendi a tese de que o único resultado visível dela foi a prisão de Saddam Hussein, por cujo pescoço George Bush está lambendo os beiços. E disse que, se o objetivo era o de varrer ditadores, mais fácil seria invadir o Turcomenistão, onde um presidente não está fazendo coisas muito ortodoxas.
Ao fazer a revisão para um de seus livros a ser reeditado, Otto Lara Resende deixou uma observação à margem do texto: "Só uma besta se mete a escrever livro!". Meticuloso, amante da forma exata e do pensamento original, Otto sofria o diabo na hora de transmitir aquela prosa que tanto admiramos, mas que, para ele, estava sempre incompleta, insatisfatória, banal.
O presidente Luís Inácio Lula da Silva afirmou, em Nova York - lugar excelente para afirmações - que o presidente do BNDES, o sr. Lessa, é subordinado do sr. Furlan, ele mesmo titular do Desenvolvimento, e ativíssimo ministro do corpo de colaboradores do chefe do governo. Estão entrando em rota de colisão os dois auxiliares do alto clero do lulismo, quando foi preciso o presidente dizer essas palavras, que agradaram a um e desagradaram a outro.
Há alguns meses, voltou às estantes das livrarias, por uma feliz iniciativa da editora Topbooks e da Academia Brasileira de Letras, um clássico da epistolografia brasileira. Referimo-nos à Correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, que, apresentada e anotada por Graça Aranha, ultrapassa em muito o âmbito de conversa entre amigos e levanta questões importantes acerca do papel do intelectual e do escritor no período compreendido entre o final do Império e os primórdios da República Velha.
O que, em primeiro lugar, se destaca neste romance de Amélia Sparano, "A espectadora (Entre o ocaso e o amanhecer)", é sua agilidade narrativa, pois, como se trata de uma história que repousa sobre personagens, a dinâmica do relato mantém um movimento incessante de situações que a romancista, como "espectadora", acompanha, minuto a minuto, de tal modo que é toda uma fascinante faixa de emoções que ela, como narradora, passa para o leitor.
Há dois tipos de intelectual: o engajado, que, segundo Joãosinho Trinta, gosta do povo, mas por motivos táticos; e o alienado, que chuta para córner as conveniências ideológicas e, como a Chiquita Bacana da marchinha cantada por Emilinha Borba, "só faz o que manda o seu coração". Eventualmente, a sua razão.
Uma democracia só se firma e se desenvolve, consolidando-se como uma instituição, quando tem uma imprensa livre a publicar, com critério e oportunidade, todos os assuntos que dizem respeito à opinião pública. O New York Times publica que tudo deve ser publicado, ou seja, tudo quanto interessa à opinião pública saber, comentar e reagir, se necessário for. A esse respeito, dão lições os franceses, que saem às ruas para as comunas e outras invectivas contra os governos.
A coisa está boa, pelo menos do ponto de vista de quem precisa achar assunto para escrever, cruel fadário de cronistas, colunistas e assemelhados. Mais uma vez bendigo a sorte de não padecer de falta de assunto, mas de excesso. Olho as gazetas, é um nunca-acabar de novidades, inclusive algumas que a gente não entende bem, ou não entende nada, como o superávit primário. Posso estar esclerosado, mas não me recordo dessa conversa de superávit primário no passado. Deve ser parente do desenvolvimento sustentável ou da já talvez prematuramente abandonada espionagem participativa, de que cogitou o governo faz algum tempo. Vocês podem ter esquecido, mas falaram, sim, em espionagem participativa, a espionagem como direito básico de todo cidadão e mais uma lacuna que seria preenchida pela nova administração.
Afinal, estes são meus amigos
É inevitável, sendo político e sempre em campo oposto, não escrever sobre Leonel Brizola, que tinha na alma a herança dos caudilhos irredentos do Rio Grande do Sul, como Bento Gonçalves, Davi Canabarro e tantos mais, indormidos, de lança em punho, prontos para a peleja e a degola. Foi um pelejador.
Não costumo - nem gosto - de escrever sobre livros neste canto de página. Mas não posso deixar sem registro dois dos mais recentes trabalhos de Alberto da Costa e Silva. Durante anos, em que ele como diplomata de carreira morava fora do Brasil, só o conhecia pela sua poesia, sendo ele filho de outro poeta.
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