A determinação do respaldo de Lula aos aliados contra a CPI no caso de Roberto Jefferson pode se ter transformado no meridiano invisível, de passagem para o longo prazo de sua presente estratégia de poder. Ou seja, a da absoluta prevalência da realpolitik sobre a volta à iniciativa programática, no a que veio ao Planalto o PT. É a pertinácia desta última crença, inclusive, que tem permitido a marcante disciplina, ainda, do partido. Seus próceres mais importantes querem a mudança de dentro, contra toda ruptura pelo purismo doutrinário. O PSOL, de Heloísa Helena, não fez verão, nem ampliou a fratura, acreditando num brusco amadurecimento do fator ideológico no alinhamento político do País. A própria idéia-mestra, original, da opção socialista parece esfumar-se, como remota estrela polar. Mais ainda, a própria articulação, a prazo médio, do querer político não marcha para um programa de onde se possam cobrar prioridades e, sobretudo, tempos definidos de expectativa. A candidatura Plínio Sampaio, por exemplo, para a próxima presidência do PT é exemplar na aposta pela superação da estrita realpolitik em novo mandato.