Aniversário do Acadêmico Sergio Paulo Rouanet
[1]O Acadêmico Sergio Paulo Rouanet, que ocupa a Cadeira n. 13 do Quadro dos Membros Efetivos da ABL, fez aniversário no dia 23 do mês em curso.
O Acadêmico Sergio Paulo Rouanet, que ocupa a Cadeira n. 13 do Quadro dos Membros Efetivos da ABL, fez aniversário no dia 23 do mês em curso.
Apresentaram-se para concorrer a Cadeira n. 10, vaga com o falecimento do Acadêmico Lêdo Ivo, por ordem de inscrição, a Sra. Rosiska Darcy de Oliveira e os Srs. Antonio Cícero, João Almino, Marcos Accioly, Diego Mendes de Souza, Felisbelo da Silva, José Paulo da Silva Ferreira, Cláudio Murilo Leal, Blasco Peres Rego, a Sra. Mary del Priore, e os Srs. Joaquim Cavalcanti de Oliveira Neto, Carlos Alves Jr, Wilson Roberto de Carvalho Almeida, Cezar Augusto da Silva Batista, José William Vavruk, João Francisco Guimarães e Francisco José da Silva.
Terá início no dia 5 de março de 2013, às 17h30, no Teatro R. Magalhães Júnior, o primeiro Ciclo de Conferências da ABL, sob a coordenação do Acadêmico Marco Lucchesi e versará sobre “Existência e Alternativas: um olhar sobre Kierkegaard”. A conferência de abertura estará a cargo do Acadêmico Eduardo Portella que discorrerá sobre “Kierkegaard, a reconstrução da existência”.
A partir de 4 de março o Acadêmico Evanildo Cavalcante Bechara viajará para os Açores a fim de participar do XIX Colóquio da Lusofonia, a realizar-se de 14 a 18, ocasião em que falará sobre a situação da implementação do Acordo Ortográfico em face do Decreto presidencial que prorroga a transição. No evento, falará ainda de propostas para futuras emendas que poderão contribuir ainda mais ao propósito de simplificação.
A Editora Simplíssimo, de Porto Alegre, lançará, em breve, no formato e-book, a antologia poética Eu & outras, do Acadêmico Antonio Carlos Secchin. Também para 2013 está prevista a publicação, pela Editora CosacNaify, João Cabral de ponta a ponta, reunindo a totalidade de ensaios, vários deles inéditos, que o Acadêmico Antonio Carlos Secchin escreveu sobre o poeta pernambucano.
Foi comemorado no dia 6 de fevereiro o aniversário natalício do Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti, que ocupa a Cadeira n. 29 do Quadro dos Membros Efetivos.
A Acadêmica Ana Maria Machado proferiu conferência no Instituto Moreira Salles, dia 11 de janeiro, em comemoração ao centenário de nascimento de Rubem Braga. O tema foi um depoimento pessoal sobre o cronista capixaba e a palestra pode ser acessada no portal do IMS.
A Academia Brasileira de Letras realizará no dia 7 de março, às 16 horas, na Sala de Sessões, a primeira sessão plenária de 2013.
Doze segundos. Não demorou mais do que isso, no dia 10 de novembro de 2012, a implosão do edifício de sete andares em que funcionou o complexo Bloch de empresas gráficas e jornalísticas. Triste fim de um incrível império montado especialmente pela competência e intuição do brasileiro nascido na Ucrânia, Adolpho Bloch. Naquele local exerci atividades durante cerca de 15 anos, antes de ir para o monumental prédio da rua do Russell (projeto de Oscar Niemeyer). Tenho muitas lembranças desse período, a começar pela redação improvisada da Manchete Esportiva, quando trabalhei com a família Rodrigues (Augusto, Paulo e Nelson). Depois, os dois anos de direção da revista Sétimo Céu, quando criei as primeiras fotonovelas brasileiras e elevei a circulação para perto de 200 mil exemplares. O prédio, que agora virou sete toneladas de entulhos, traz gratas recordações. Como a entrevista que fiz com o então jovem compositor Tom Jobim, numa sala apertada do segundo andar. Houve também as visitas recebidas no sétimo andar, onde os almoços ficaram famosos, a ponto de a empresa passar a ser conhecida como “um grande restaurante que editava revistas.” Para se chegar ao andar das redações ou mesmo ao restaurante, era preciso passar por um amplo galpão em que ficavam as modernas máquinas de offset e a rotativa Webendorf, que rodava as revistas coloridas, uma novidade para a época. O primeiro impacto do visitante era com as offsets alemãs, que imprimiam de duas em duas cores, embalagens como as da gillette e as da cachaça praianinha. Surgia sempre o comentário infalível: “Como se bebe nessa terra”, pois as tiragens em geral eram de 20 milhões de unidades. Quando chegamos para trabalhar naquelas instalações, no ano de 1955, havia uma inscrição no alto do prédio: “B.Bloch & Irmãos”. Durou assim muito tempo. Um dia, numa viagem feita a Buenos Aires, com Albert Sabin, perguntei ao Adolpho o que isso significava. Ele desfiou uma enorme mágoa que guardava dos irmãos mais velhos, Bóris e Arnaldo: “Fizemos a firma, mas eles não confiavam em mim. Diziam que eu era viciado em cassinos. Não colocaram o meu nome. Hoje, mandei trocar tudo porque só Deus sabe o duro que dei para transformar aquilo numa grande empresa.” Disse isso, num restaurante de Buenos Aires, com lágrimas que teimavam em cair dos seus olhos azuis. No Rio, havia o convencimento de que Adolpho era um mago. Ele fazia o controle de qualidade dos seus produtos pessoalmente. Puxava uma folha impressa, ao acaso, e descobria defeitos de impressão inadmissíveis. Dava broncas colossais nos operários, que conheciam a frase do velho, sempre repetida: “Com a qualidade gráfica não se brinca.” Foi lá que nasceu a revista Manchete, em 1952, sob a direção do cronista Henrique Pongetti, sucedido respectivamente por Hélio Fernandes, Otto Lara Rezende, Nahum Sirotsky e Justino Martins. Até que veio a transferência para o Russell, em 1970, quando então a empresa conheceu os seus dias mais gloriosos. Frei Caneca nº 511 foi um marco.
Foi um desses convívios inesquecíveis. Éramos jovens, pouco mais de 10 anos de idade, e nossas famílias tiveram a mesma ideia de nos matricular no ginásio do Colégio Vera Cruz, na rua Hadock Lobo, na Tijuca. Frequentamos as mesmas turmas, a partir da primeira série, e a lembrança dos professores por vezes nos unia, em papos agradáveis. Lembra do Afro? E do dr. Oswaldo? (ríamos porque ele era médico e dava excelentes aulas de matemática). E a d. Maria da Conceição, que lecionava desenho e chamávamos de dona Teteca? Bons tempos, bons tempos. A escola tinha um enorme campo de futebol. Nossas aulas de educação física eram animadíssimas peladas, apitadas pelo prof. Adair. Eu jogava no meio do campo, com um fôlego elogiável, e o Ari Ventura Vidal agarrava no gol, alto que era, com uma competência extraordinária para a sua idade. Tinha muita elasticidade e seus voos em busca da bola se tornaram célebres. Acabou ganhando o apelido de “Ari Borboleta”. Anos depois, encontramo-nos novamente, no campeonato carioca de basquetebol (categoria juvenil). Ele atuando pelo Tijuca T.C., eu defendendo as cores do América F.C. Houve um fato histórico: o AFC, arrancando recursos não se sabe de onde, resolveu construir o seu ginásio, no espaço paralelo à rua Gonçalves Crespo. Era o fim da quadra de saibro que dava para a famosa barreira de Campos Sales. Jogo de estreia: América x Tijuca. Lá estavam os dois colegas e amigos, um de cada lado. Lembro que o primeiro arremesso da partia foi feito pelo Ari. A bola bateu no aro e voltou para as minhas mãos. Corri para o garrafão adversário e, pressentindo a brecha, entrei por ali e arremessei. A bola bateu na tabela, quicou no aro, e sobrou para o altão Arnolfo Pimenta de Melo (de uma família de atletas) e ele, com um leve toque, inaugurou o marcador do novo ginásio. Eu e o Ari, depois comentando, revelamos a nossa frustração pelas chances perdidas. A vida seguiu para cada um de nós e ele se tornou um belíssimo treinador de basquetebol. Foi medalha de bronze no Mundial de Manila, em 1978, e conquistou o título do Pan, em 1987. Numa decisão épica, o Brasil venceu os Estados Unidos, em seu território, por 120 a 115, com atuações espetaculares de Marcel e Oscar, que se tornaram, graças à inteligente estratégia de Ari, os reis do garrafão. O meu amigo foi técnico do Tijuca, Flamengo, Vasco, Fluminense, Minas e Cortinthians de Santa Cruz do Sul(RS), pelo qual foi campeão brasileiro de 1994. Comandou a seleção masculina brasileira em 16 competições, sempre com muita argúcia, duas delas nas olimpíadas de Seul-1988 (5º lugar) e Atlanta 1996 (6º. Lugar). Também dirigiu a seleção brasileira feminina em 11 partidas, vitorioso em 8 delas. Com ele, nossos times se tornaram mais agressivos, arriscando mais as cestas de três pontos. Teve no treinador Kanela o seu modelo de técnico. Tentou fazer um timaço no América, mas não lhe foi dada a devida cobertura. Morreu aos 77 anos de idade, bem antes do tempo, mas com uma carreira brilhante de jogador e técnico. Deixa saudade.
Na Maratona Escolar de 2011, promovida pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, com o apoio da Academia Brasileira de Letras, o escolhido para motivar os trabalhos dos alunos do 6º ao 9º ano foi o escritor gaúcho Erico Veríssimo. Ao falar na XV Coordenadoria de Educação, em Santa Cruz, que abrange 90 mil alunos, abordei aspectos marcantes do autor de “O tempo e o vento”, a começar pelo saudável hábito de ler com profusão autores nacionais e estrangeiros. Daí ter se tornado “um pintor de palavras”. Num determinado ponto da sua brilhante carreira, chegou-se a comentar que o seu estilo literário tinha certas semelhanças com a obra de Aldous Huxley, de que tinha sido um leitor voraz. Nada confirmado, pois Erico era um gaúcho autêntico, totalmente identificado com as coisas da sua terra. As referências topográficas, de costumes, climáticas e de linguagens surgiam naturalmente, sem qualquer exagero ou falsidade. Com uma obra de altíssima qualidade, estranha-se que Erico Veríssimo não tenha sido membro da Academia Brasileira de Letras, mas é possível afiançar que ele jamais desejou essa glória. Preocupou-se muito mais com a sua obra altamente qualificada, com todos os desdobramentos vitoriosos na televisão e no cinema. “O tempo e o vento” foi um sucesso na Rede Globo, com Tarcísio Meira (Capitão Rodrigo) e Glória Pires (Ana Terra) nos papéis principais.
Acaba de sair um livro oportuno sobre o romeno Ghérasim Luca, da autoria de Laura Erber, pela coleção Ciranda da Poesia, da EdUerj, dedicada à poesia contemporânea. Não merecem passar em brancas nuvens, o livro e o poeta, e não somente pela efeméride dos cem anos de seu nascimento — porque não lhe devem faltar outros no futuro —, mas pelo vigor de um laboratório verbal que ainda produz uma linguagem de combinações químicas em estado latente.
A XXVI Conferência da Academia da Latinidade, em Paris, deu especial atenção à nova e inesperada revivescência do terrorismo islâmico. Não foi outra a surpresa dos acontecimentos do norte do Mali e da Argélia, tendo forçado a intervenção militar e peremptória do governo francês, agora seguida de vacilantes, ainda, concursos das Forças Armadas de vários países europeus. Tal como avançou na conferência o professor Al-Salimi, de Oman, o que está em causa não é a mera ocupação do vácuo de Bin Laden, mas a emergência de uma nova geração do confronto islâmico. É a liderança, já, de Mokhtar Belmokhtar, amadurecido em conflitos pontuais no Afeganistão, que vem ao comando do que parecia uma provocação terrorista, rapidamente erradicada. O que se vê é um choque frontal no terreno com forças armadas rebeldes, e treinadas, a assentar-se num território e não mais a buscar apenas o atentado pontual, típico dos homens-bomba.
Em números redondos, já atravessamos um doze avos do ano que será o laboratório para a próxima sucessão presidencial. A classe política, com seus anexos na economia e nas instituições que dependem do poder, já está mergulhada na composição de um quadro do qual emergirão os candidatos que potencialmente disputarão o topo da pirâmide nacional.
A vitória consumada do senador Renan Calheiros no Senado, e a provável do deputado federal Henrique Alves na Câmara amanhã, parecem dar razão aos defensores do pragmatismo político que faz com que partidos tão heterogêneos ( serão mesmo ?) formem juntos na mesma coalizão governamental, ou, mais ainda, que senadores do PSDB acabem votando em Renan Calheiros aproveitando-se do segredo do voto, para garantir ao partido um lugar na Mesa Diretora.
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[3] https://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Finfoid%3D14477%26sid%3D961
[4] https://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Finfoid%3D14479%26sid%3D961
[5] https://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Finfoid%3D14480%26sid%3D961
[6] https://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Finfoid%3D14481%26sid%3D961
[7] https://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Finfoid%3D14482%26sid%3D961
[8] https://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Finfoid%3D14483%26sid%3D961
[9] https://www.academia.org.br/academicos/arnaldo-niskier
[10] https://www.academia.org.br/artigos/adeus-frei-caneca-511
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