
Sobre os muitos caminhos
[2]O caminho da luz
O caminho da luz
As diversas religiões e seitas dominantes no mundo oriental sempre estiveram em moda. Não contam com muitos praticantes entre nós, só conheço um, que é monge budista e com quem trabalho diariamente na CBN. É um sujeito bacana, culto e honesto em tudo o que faz e pensa.Mas são inúmeros e crescentes os admiradores do Oriente e de suas religiões. "Ex Oriente lux" -do Oriente vem a luz- um ditado que aprendi em criança. Nos meios artísticos e alternativos, o Dalai Lama é uma espécie de papa, embora sofrendo a concorrência do Santo Daime, que fascina os mais radicais, ou os mais desesperados.
A unanimidade mundial nas exéquias de João Paulo II fizeram de um Papa o símbolo contundente contra a “civilização do medo” que nos rodeia. A seu sucessor, no rastro deste momento único, impunha-se desbordar a expectativa do vai-e-vem entre a conservação e o progressismo. O sorriso novo de Bento XVI no balcão da basílica trazia muito desta quase transfiguração, nas palavras do novo pontífice, tão longe do cardeal Ratzinger, como estrito guardião da fé. Refletiu a humildade radical e o peso descomunal da investidura. Ainda na Sistina, cabeça baixa após os votos, um novo homem se levantava, cativo da escolha esmagadora. O fascinante de agora não é uma prospectiva de embate com a prévia lógica de Ratzinger, mas do que seja, nos tempos modernos, um primeiro Papa, teólogo e intelectual exigentíssimo, neste retorno ao profetismo do Vaticano II.
Não tenho certeza, posso estar enganado, como sempre, mas creio que foi o primeiro Guedes que conheci, primeiro, único e bastante. Era magro, muito magro. Eu desconfiava que ele era magro porque se chamava Guedes, mais tarde descobri que se chamava Guedes porque era magro.
A reunião em Brasília da primeira Cúpula Árabe-Latino-Americana demonstrou, no êxito e nos percalços, toda uma nova fronteira para a presença internacional das periferias do antigo Terceiro Mundo. Marcou, ao mesmo tempo, essa nossa indiscutível liderança externa, a que Lula tem dado o melhor de nossa visibilidade no após 11 de setembro, e da dita "civilização do medo". A deselegância Argentina, no rompante da saída de Kirchner, só confirmou o desconforto com o paroquial, no rompimento de nossas cláusulas de negociação mundial.A cúpula com os países do crescente foi como que o assento, ou retorno, de um grande salto começado pela busca do eixo Pretória-Nova Deli, que marcou o primeiro ano do Governo petista. O importante é que, ao abrir esses novos espaços, o País também reflui sobre as suas matrizes continentais. Mas, para dissociar-se das velhas amarras do Mercosul, como se aceitássemos um delineio político marcado pela maximização dos mercados aparentes e das projeções naturais do desenvolvimento, na sua expressão geográfica tradicional. É este Brasil largo que já logrou, inclusive, de saída, e nas Conferências de Cancún, o próprio apoio hindu ou sul-africano à quebra das visões tradicionais da OMC, na busca de uma nova perspectiva nos pactos tarifários e, sobretudo, na trazida dos Estados Unidos a um jogo de contrapesos e ao decalque da economia hegemônica no mundo contemporâneo.
Minha leitura é positiva sobre a Cúpula América do Sul-Países Árabes, realizada nesta semana em Brasília.
Não fica bem recorrer ao lugar-comum, mas ele é inevitável, sobretudo quando revela uma verdade que todos admitem. É o caso de relembrar que a democracia é o pior dos regimes políticos, exceto os demais. Ao se integrar em grupos, tribos e, mais tarde, em sociedades, o homem buscou uma forma de sobreviver com um mínimo de conflitos e um máximo de bem-estar. Experimentou a autogestão, o governo de conselhos, de casta, de elite, experimentou a anarquia e a ditadura.
A revista de alto conceito, The Economist , editada na Inglaterra, dedicou seu último número aqui chegado ao petróleo e seus problemas. Quem puder ler a revista vai ficar amargurado com a previsão da alta do barril, provavelmente a 100 dólares. Quanto teremos de pagar por litro, que já está em mais de 2 reais?
Faz sessenta anos que um soldado do Exército Vermelho hasteou a bandeira sobre as ruínas do Reichstag, em Berlim, quase toda destruída pelos bombardeios, e se despediu do mundo que ele queria dominar o monstro Hitler, um desses seres humanos que, como se lê em Jó, no Velho Testamento, fora melhor não ter nascido.
O Tribunal do Santo Ofício, abominável em sua essência, operou no Brasil cerca de 240 anos, com a matriz situada em Portugal, onde teve mais de 280 anos de existência. Foram várias as injustiças cometidas contra os judeus, com processos infames e descabidos. Com isso, muitos foram sacrificados e outros viveram na clandestinidade, sem poder professar claramente a sua fé original.
É comum a lamentação de que os jovens não gostam de ler revistas e jornais a não ser aqueles diretamente ligados ao seu universo específico. Além disso, a população madura vai também, aos poucos, questionando a oportunidade ou a necessidade de se informar na leitura diária e constante de um meio tradicional que hoje encontra novos e surpreendentes recursos de comunicação.
Em artigo publicado domingo passado no O Estado de S. Paulo , o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comemorou os cinco anos de vida da Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas, segundo noticiário a respeito, muitos foram os faltosos e nenhum foi punido pela falta cometida contra os dispositivos dessa lei, a melhor de autoria do ex-presidente.
Seguir a trajetória de Fernando Pessoa no livro de Maria José de Lancastre, que tem o subtítulo de "Uma fotobiografia", é ter a oportunidade real de surpreender os momentos em que o poeta optou por uma escolha, abandonou uma tendência e fixou os rumos de sua vida. Tendo sido criado em Durban, na África do Sul, tornou-se aluno de língua inglesa, idioma em que também escreveu seus primeiros poemas e ensaios.
Entrevista de um teólogo nacional, que, pouco antes do último conclave, soltou verbo e barbas sobre a eleição do novo papa, satanizando o cardeal Ratzinger e considerando-o o grande inquisidor, o homem das trevas. Em recente entrevista, descobriu a pólvora, reconhecendo que o papa Bento 16 é diferente do cardeal que ele considerava a besta-fera dos tempos modernos.Por Júpiter! Com a idade que tem, com os ensinamentos que deve ter recebido na ordem religiosa que abandonou, na pura e simples escolaridade profana, ele deveria saber que não apenas um papa mas qualquer governante de um Estado, de um governo, de uma instituição ou de uma empresa, ao ser nomeado ou eleito presidente ou chefe, é obrigado a subordinar suas opiniões pessoais aos interesses gerais do órgão que passará a dirigir.
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