
Salim Ribbentrop e Molotov da Silva
[2]As comemorações dos 40 anos da morte de Santiago Dantas tiveram o tom de um novo percutir na memória nacional de nossas personalidades canônicas ou exemplares. Não se trata só de quem exprimiu o sentido do seu tempo, ou mesmo o antecipou. Sentem os seus contemporâneos que o sinete de um exercício limite, da inteligência sem concessões, nem desculpas, nem arrogância. O desempenho tornava-se uma proeza, por si mesmo, para o ator, desengastado de platéia. Deparamos, talvez, um desses casos extremos de uma moral de performance a ter, no fundo, um único e exatíssimo expectador. Não calha o lugar comum, de ver a biografia de Santiago como a obra de arte, dos clássicos chavões em que falamos, com licença quase promíscua, da aparição entre nós, de figuras Renascentistas.