
O medo e a alegria
[2]O paciente se virou para o seu médico e disse, desconsolado, “Doutor, o medo me domina de tal forma que me tira a alegria viver”.
O paciente se virou para o seu médico e disse, desconsolado, “Doutor, o medo me domina de tal forma que me tira a alegria viver”.
Um eremita do mosteiro de Sceta se aproximou do Abade Teodoro: “Sei exatamente qual o objetivo da vida. Sei o que Deus pede ao homem, e conheço a melhor maneira de servi-Lo. E, mesmo assim, sou incapaz de fazer aquilo tudo que devia estar fazendo para servir ao Senhor.
Um Guerreiro da Luz percebe que um anjo e um demôni disputam sua amizade. Ele segura a espada, e ambos querem ser seu aliado. O demônio diz ao Guerreiro: “Você vai fraquejar. Não vai saber o momento exato de lutar. Você está com medo”. E o anjo diz, em seguida: “Você vai fraquejar. Não vai saber o momento exato de lutar. Você está com medo”.
Buda caminhou pelo mundo inteiro, buscando um caminho espiritual que pudesse seguir. Tentou várias disciplinas e nada encontrou. Um dia, sentado debaixo de uma árvore, entendeu o Universo. Mais tarde, procurou ensinar a seus discípulos como tinha chegado à iluminação. Dentre as maneiras com que procurou dividir seu conhecimento, destaca-se uma frase: “Quando respirarem profundamente, saibam que respiram profundamente. Quando respirarem superficialmente, saibam que respiram superficialmente”. Eis a iluminação: basta prestar atenção às pequenas coisas.
Os antigos mestres costumavam criar personagens para ajudar seus discípulos a lidarem com o lado mais sombrio da personalidade. Muitas das histórias relacionadas com a criação desses personagens se transformaram em contos de fadas.
Já citei trechos belíssimos de textos do poeta alemão Rainer Maria Rilke. Era uma passagem na qual o poeta nos contava como um simples verso pode sintetizar a experiência humana. O texto do alemão termina assim: “Para escrever um simples verso, não basta lembrar do passado. É preciso saber esquecer, e ter paciência para esperar até que estas lembranças retornem. Porque um verso não é feito de memórias. Ele transforma-se em nosso sangue, e se confunde com a existência. Só então chega o momento quando nasce a primeira palavra e ela traz consigo o poema”.
A imaginação é mesmo um dos maiores poderes do homem, e eu me permito imaginar sem me preocupar com as possíveis fronteiras que possam existir. Imagino o momento em que Ele olhou fixamente para a mesa, pensando no melhor símbolo de sua breve passagem pela Terra. Havia, entre outras coisas, as romãs da Galiléia e as tâmaras do Egito. Deve ter estendido Sua mão para consagrar uma delas quando lembrou-se de que a mensagem que trazia era para todos os homens que habitavam a Terra. E talvez romãs e tâmaras não existissem em todo o mundo.
O despertador soava, ele jogava-o contra a parede e depois levantava da cama, muito alegre
Desde pelo menos Cecília Meireles soubemos que a mulher brasileira atingira o mais alto domínio da palavra posta em poesia. E outros nomes a seguiram: Marly de Oliveira, no final dos anos 50 do século passado, estreou com sua poesia nova, de que o livro de 1961, "Explicação de Narciso", foi a mais clara evidência de que a poesia feminina passara a representar o próprio país. Em seguida, tivemos, como temos ainda, Stella Leonardos e Astrid Cabral, entre muitas outras.
RIO DE JANEIRO - Manchete de ontem de um jornal: "A Copa é nossa". Tudo bem, é isso mesmo, a Copa do Mundo de 2014 será aqui mesmo. Temos vontade e tempo para preparar o torneio, dinheiro há de se arranjar, afinal, um evento mundial de tamanho porte é um desafio para obras de infra-estrutura que transcendem o esporte e já se tornaram dramaticamente necessárias.
JÁ QUE O assunto é a Copa e a escolha do Brasil para realizá-la em 2014, vou entrar na onda. O anúncio da decisão da Fifa teve ares de feito nacional, com direito à presença do presidente da República, ministros, governadores dos maiores Estados da federação, além de uma comitiva menos votada de parlamentares, cartolas e sem-ingresso. Romário substituiu Pelé e deixou um enigma no ar: se vai ser ou não candidato a vice-prefeito do Rio de Janeiro, deixando a bola pelo bolo eleitoral.
Nas comemorações dos 110 anos da Academia Brasileira de Letras, o presidente Lula parecia à vontade e muito feliz. Depois de ler um discurso curto e formal, entregou-se ao prazer do improviso, com todos os seus riscos. Foi extremamente feliz, entendeu onde se encontrava, e citou as virtudes do livro para a cultura de um povo. Deu notícias de que o governo vai distribuir 110 milhões de livros didáticos para o ensino fundamental (alunos carentes) e tocou num ponto nevrálgico da vida brasileira: a ausência de bibliotecas públicas em mais de mil municípios: “Pois ainda no meu período de governo vou acabar com isso. Em cada cidade, não importa a região, haverá pelo menos uma biblioteca pública.” É a tarefa maior, em que hoje se empenha a Biblioteca Nacional, segundo a sua diretora-executiva, Célia Portella.
Escrever um livro é uma das atividades mais solitárias do mundo. Uma vez cada dois anos, vou para frente do computador, olho para o mar desconhecido de minha alma, vejo que ali existem algumas ilhas – idéias que se desenvolveram, e estão prontas para serem exploradas. Então pego meu barco - chamado Palavra - e resolvo navegar para aquela que está mais próxima. No caminho, defronto-me com correntezas, ventos, tempestades, mas continuo remando, exausto, agora já consciente que a ilha que pretendia chegar já não está mais em meu horizonte.
Quando as pessoas do povo têm a coragem de reclamar o que de direito, senão de fato, lhes pertence é sinal de que a democracia está vigente
O guerreiro da luz sabe perder. Ele não trata a derrota com indiferença. O guerreiro despreza a atitude da raposa de La Fontaine, que dizia sobre as uvas fora de seu alcance: “Estão verdes”. Um guereiro da luz aceita a derrota como uma derrota – e não tenta transformá-la em vitória. Amarga a dor dos ferimentos, a indiferença dos amigos, a solidão da perda.
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