A democracia de Trump
[2]Atinge um nível de exposição de quem se vê como um super-homem, no cumprimento exuberante de seu mandato.
Atinge um nível de exposição de quem se vê como um super-homem, no cumprimento exuberante de seu mandato.
Deparamos há pouco o massacre de Berlim, seguido da abordagem e morte de seu responsável, em uma operação de rotina dos carabinieri em uma estação de trem próxima a Milão.
O aliancismo clássico se sobrepõe às disciplinas partidárias, tal como são os blocos da hora que tornam imprevisíveis o passo adiante ou o emperro no trato atual com o Poder Legislativo.
Só cresce, nestes dias, a dificuldade de Temer em obter a aprovação de seus projetos e, sobretudo, da nova legislação sobre a previdência.
Devemos, como a ninguém, a Mário Soares a modernização democrática de Portugal. Rechaçou & fossilização salazarista, numa liderança indiscutível de um mestre do consenso. Preso, e mesmo torturado, durante o autoritarismo, na ilha de São Tomé, veio, liberado, a Paris para organizar, sem descanso, uma militância.
A nossa pós-modernidade, tão acelerada, deixados diante da invocação de um possível monopólio do terrorismo. Vivemos, já, esse ineditismo - crescido após a queda das Torres - da quebra de todo reconhecimento da igualdade básica da dita e proclamada "humanidade", resultando no crescendo da Al-Qaeda e na expansão do Isis.
A morte de Fidel deu-nos, ineditamente, o que seja a recuperação de um cânon no imaginário político do nosso tempo. Desfrutamos, neste último quinquênio, da convivência com o jogo feito, nada à lembrança, mas ao melhor cotidiano em um dado recado. A imagem icônica tornava-se intemporal na vigília da idade, do corte da figura, na moldura de uma definitiva contemporaneidade. A Cuba de Fidel viveu de uma saturação carismática em que os lances iam mais ao brio do gesto, do que, efetivamente, a contabilização de seus resultados.
No quadro da nossa perspectiva política, deparamos ineditamente, de parte do governo, o estrito assento sobre a defesa de uma estabilidade absolutamente não programática. Mal despontam rumos, a não ser o de decidir inercialmente em favor de menos governo. Tal implica a drástica redução de secretarias de Estado, bem como o congelamento das apropriações orçamentárias.
Mostram, os últimos dias, a continuação do "Fora Temer" em todo o país. E, ao contrário do esperado, mantém-se o protesto nas ruas, indo, inclusive, a aumentos em São Paulo, atenta à não violência e às marchas bem-comportadas.
Passados à oposição, como o petismo e seus aliados, de fato, vão configurar um reai perfil das esquerdas no confronto com o novo governo? Ou, sobretudo, como vencerão a clara crise de lideranças no protagonismo sucessório desses 13 anos de poder? Está em causa, de saída, a sobrevivência do carisma de Lula, e de sua pertinácia, no país dos destituídos.
Viu-se, sim, como pano de fundo, o teatro desse protagonismo dos senadores, todos voltados para esse momento de glória, na retórica das suas convicções.
A amplitude do processo de impeachment contra a presidente demonstra a maturidade da democracia brasileira.
Dilma forçará o confronto, com todo o ímpeto de um protagonismo reforçado pela alegação de golpe.
No presente quadro dos partidos políticos no país, o Brasil tem uma qualificação notória. É o que tem o maior número de siglas, contrastando os seus 35 com, por exemplo, os três dos Estados Unidos, ou os nove do Chile, ou os dez da Espanha.
No Brasil, começam a surgir apoiadores do Estado Islâmico (EI), num voluntariado à distância, disseminado em todo o território. Aí estão o Isis do Maranhão e a presença na Paraíba, para além das nossas metrópoles.
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