
O encontro com o livro pode ser uma festa
[2]“O clima é descontraído, há música, há lugares para comer (a nutrição espiritual funciona muito melhor quando se acompanha da nutrição física)”
“O clima é descontraído, há música, há lugares para comer (a nutrição espiritual funciona muito melhor quando se acompanha da nutrição física)”
Enfim, também sou filho de Deus, e chegou o meu dia. Anos e anos acumulando fracassos, quebrações de cara, o diabo, eu deveria merecer uma compensação, nem que fosse por direito de antigüidade e insistência.
A pergunta apareceu no site Yahoo Respostas: "Alguém conhece um livro chamado Bandeirantes e pioneiros, de Vianna Moog?". A indagação, por todos os motivos meritória - afinal, o melhor jeito de descobrir as coisas é perguntar -, faz pensar sobre a memória cultural do país. A obra de Vianna Moog (1906-1988) marcou época; foi um dos textos mais discutidos em nosso país. Mas, ao que tudo indica, pode ter caído no esquecimento. Por isso é tão oportuno o centenário de nascimento de Clodomir Vianna Moog, no dia 28 deste mês: evoca uma figura singular de nossa literatura que, para nosso orgulho, era gaúcho.
Assisti a alguns debates dos presidenciáveis. Houve agressividade de parte a parte, mas ninguém beijou a lona. O conteúdo era chato, e meu pensamento resvalou para outras coisas. Na véspera do acidente que levou o Titanic para o fundo do oceano, houve uma reunião no salão nobre do navio a fim de se escolher a cor que deveria predominar no baile que os passageiros estavam programando para a noite anterior à chegada ao porto final. Ignoro se houve primeiro turno.
A medida real do verso, a métrica, o ritmo, a cadência, a pulsação de um grupo de palavras dispostas com determinado jeito, enfim, tudo o que dá à poesia o seu caráter de canto, de cântico, de cantiga, de peça oral-vocabular, de monólogo cantado em silêncio, tudo está ligado a movimentos e ritmos da vida normal dos homens, a seus ritos cotidianos e a peculiaridades no exercício do seu viver a vida.
Trabalho em jornal há bastante tempo. Muitos dos cacoetes da profissão absorvi, mas sempre sobram algumas deformações profissionais que não descem pela garganta.
A questão das privatizações voltou ao debate político, trazida pelo PT, que encontrou em seu adversário eleitoral, o candidato Geraldo Alckmin, um único pecado realmente grave: é do PSDB, partido que no governo desastrado de FHC privatizou empresas e só não vendeu o Pão de Açúcar porque não encontrou comprador.
Já vaiei um presidente da República; com o AI-2, não tinha onde berrar, a não ser na ruaA VAIA -um lugar-comum bastante usado entre cultas gentes- é o aplauso dos que não gostam. Nesse sentido, pode-se dar razão àquele controvertido provérbio de origem oriental, atribuído pelos eruditos a Confúcio: é preferível ter mau hálito a não ter hálito nenhum. Na certa, por deficiência mental da minha parte, não consegui até hoje compreender os dois anexins (admito que fica até difícil entender o que seja um anexim). O que demonstra que não compreendo muitas coisas neste mundo e que, quanto mais os anos passam, entendo menos e pior.
A dez dias da decisão do segundo turno, a vantagem de Lula sobre Alckmin parece que tende a crescer, garantindo a reeleição. Desde o inicio da campanha eleitoral, quando eram muitos os candidatos, venho dizendo que somente um fato novo e importante derrotaria o atual presidente.
Como se não bastassem os problemas antigos e os recentes, eis que consigo mais um: minha filha viajou e deixou-me um gato por missão. Isso mesmo: missão.
Os presidentes do PFL e do PSDB passam à nova etapa da contestação do processo eleitoral. O recurso pedido ao Congresso e à OAB para intervir na averiguação policial do dossiê dos dólares já vai ao abalo da normalidade institucional. E se escora na insensibilidade cívica da eleição do novo Legislativo.
Viveu a Academia Brasileira de Letras, na semana passada, uma de suas grandes noites que, nos seus 109 anos de existência, pode ser considerada como tendo sido realmente emblemática. O sentido exato desse adjetivo pode ser assim definido: "Emblemático é tudo o que representa simbolicamente a essência de alguma coisa".
Há tempos só tenho lido biografias. Não é nada, não é nada, cada uma vale por um romance no sentido comum da palavra, ou seja, pega a vida do berço ao túmulo, descreve suas glórias e misérias e, ao mesmo tempo. detalha o painel humano em que viveu.
Eu o conheci velho, ainda rijo e saudável, com suas terríveis pupilas negras. Já era tio antes mesmo de ter sobrinhos. Era um título mais ou menos impessoal, dizia-se "tio" como se diz "chove": uma ação que não tem sujeito nem precisa ter complemento.O grande lance de sua vida fora o prêmio da Loteria de Natal que ganhara, segundo alguns, em 1929, segundo outros, em 1926.
A reforma institucional que o País exige pressupõe definir que fins cumpre a Administração que não podem ser exercidos pela Política e que objetivos políticos não podem ser supridos pelo aparelho administrativo do Estado para que se possa atender aos requisitos essenciais de racionalidade e eficiência.
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