
O general e eu
[2]Me perguntaram se era verdade que, logo após o golpe de 64, escrevera apoiando o regime
Me perguntaram se era verdade que, logo após o golpe de 64, escrevera apoiando o regime
“A idade máxima atingida por um ser humano é de 122 anos. Mas dá para viver mais do que isso? Até recentemente, acreditava-se que não, que nosso relógio biológico pararia por volta de 90 anos. Hoje, há dúvidas, mas, de qualquer modo, admite-se que a eternidade ainda está longe”.
A aventura está lá fora. O herói, o homem comum, é sempre chamado. Ele fica aguardando o mensageiro: existe um tesouro a ser descoberto, uma princesa encarcerada. A vida nos dá duas oportunidades para vivermos nossos sonhos. Mas e o mensageiro? Geralmente ele está vestido com roupas que não agradam: pode ser uma mudança de emprego, um rompimento amoroso, uma doença. Pode ser um encontro ou uma conquista, mas estas coisas acontecem no meio da jornada do herói, raramente no início. O segredo consiste em ter bons olhos para reconhecer o mensageiro.
"Quem é o melhor de todos no uso da espada?", perguntou o discípulo. O mestre Merton respondeu: “Vá até aquele campo. Ali existe uma rocha. Insulte-a”. “Por que devo fazer isto? A rocha jamais me responderá de volta!”, disse o discípulo. “Ataque-a com sua espada”, ordenou Merton. “Minha espada se quebrará. E se atacá-la com minhas mãos, ferirei meus dedos. Minha pergunta era: quem é o melhor no uso da espada?”, insistiu o discípulo. “O melhor de todos é o que parece com a rocha. Sem desembainhar a lâmina, consegue mostrar que ninguém poderá vencê-lo”, esclareceu o mestre.
Certas coisas são meio chatas de confessar, e eu não devia contar nada, mas o assunto não me sai da cabeça e, como sempre, se impõe despoticamente, o que significa que vou falar nele. E não posso mentir, não só porque mentir decerto está na moda, mas é feio, como porque, se mentisse, estaria escamoteando justamente o sentimento que agora me acompanha para todo lado. Fiz o possível para escrever sobre outras coisas, chega de reclamar do governo e dos governantes, é domingo, vamos mudar de assunto, vamos nos alienar um pouco, não é pecado tão grave assim. Eu não quero ser como o colega de serviço que chega para a rodada de cerveja da sexta à noite e a primeira coisa em que fala é na previsão de faturamento em dezembro.
Em um dos meus livros (O Zahir), procuro entender por que razão as pessoas têm tanto medo de mudar. Quando estava em pleno processo de escrita do texto, caiu nas minhas mãos uma estranha entrevista, de uma mulher que acaba de lançar um livro sobre – imagine o quê? – amor.
RIO DE JANEIRO - Ainda bem que as coisas mudam em quase todos os setores, inclusive na imprensa. Sou de um tempo em que não se podia escrever a palavra "câncer" nos jornais. Os secretários de redação (não havia ainda os editores) escreviam por cima: "insidiosa moléstia".
A vida não tem piedade de ninguém, nem mesmo das celebridades. Daí a obsessão pelo mito
Shibumi é uma palavra japonesa difícil de traduzir, pois seu significado é abrangente. Meu mestre a utilizou certa vez para descrever um jantar simples, mas delicioso, que comemos numa aldeia francesa. "Os japoneses usam esta palavra para qualificar sua arquitetura. Shibumi significa a total simplicidade, que de repente é quebrada por um arranjo floral, um vaso decorado, um detalhe que enfeita todo o ambiente", explicou ele. Por causa disto, a beleza das casas japonesas (aparentemente vazias) é muito mais sofisticada que a beleza das casas ocidentais, sempre cheias de pratarias, objetos, quadros, enfim, uma verdadeira confusão visual. Um bom Guerreiro da Luz precisa ter shibumi: simplificar sua vida, mantendo o detalhe, a elegância e a delicadeza", finalizou o mestre. Um verdadeiro Guerreiro precisa simplificar a vida mantendo a elegância e a delicadeza em todos os seus atos.
Um sábio chinês caminhava por um campo de neve quando viu uma mulher chorando. “Por que choras?”, perguntou. “Porque me lembro do passado, da juventude, da beleza que via no espelho. Deus foi cruel comigo porque me deu memória. Ele sabia que eu ia sempre recordar da primavera da vida e chorar”. O sábio ficou contemplando a neve, com um olhar fixo. “O que estás vendo?”, perguntou ela ao sábio. “Um campo de rosas. Deus foi generoso comigo porque me deu memória. Ele sabia que, no inverno, eu poderia sempre recordar a primavera e sorrir”.
Durante uma guerra civil na Coréia, certo general avançava implacavelmente com suas tropas, tomando província após província, destruindo tudo o que se encontrava pela frente. O povo de uma cidade, ao saber que o general se aproximava, fugiu para uma montanha. As tropas acharam as casas vazias. Depois de muito vasculhar, descobriram um monge zen que não havia partido. O general mandou chamá-lo, mas o monge não obedeceu. Furioso, o general foi até ele: “Você não deve saber quem eu sou! Sou aquele capaz de perfurar seu peito com a espada sem piscar os olhos!”. O mestre zen disse: “O senhor tampouco deve saber quem eu sou. Sou aquele capaz de ser perfurado por uma espada sem piscar os olhos”. Ouvindo isso, o general curvou-se, fez uma reverência, e se retirou.
É muito atraente proclamar a necessidade de um novo modelo para a educação brasileira. Quem não estará de acordo? Conhecendo a realidade das nossas escolas, especialmente as públicas, sente-se o vulto do desafio. A capacitação necessária deve ser acompanhada de incentivos salariais, como ocorre nos países pós-industrializados. Eles podem ainda utilizar padrões conservadores, sem maior criatividade, mas têm melhores condições de se dar bem na Sociedade do Conhecimento.
Na vida, existe uma coisa chamada “rito da passagem”. Quando decidimos mudar, precisamos fazer um ritual. Todas as religiões têm isso: batismo, bar mitzvah, etc. A sociedade também criou seus ritos: festa de 15 anos, casamento, etc. O rito traz responsabilidade ao ato da mudança. Vá a algum lugar sagrado, como uma igreja ou um bosque, e entre em comunhão com o universo. Use uma roupa especial no dia e faça uma prece: dedique os próximos passos a Deus. Peça que Ele te mostre o melhor caminho. Lembre-se: seus atos são sagrados. Dê a eles o devido valor.
O Guerreiro da Luz se vê andando pelas ruas sem destino. Ele pensa: “Nada do que planejei está acontecendo. Dei o melhor de mim, segui meus sonhos, fui fiel a Deus. Mas as coisas parecem não caminhar, meus esforços não estão sendo recompensados. Deus parece que está surdo e não escuta minha voz”, diz o Guerreiro. Nesse momento, a melhor coisa a fazer é sentar-se num bar e pedir um café. Depois, irá entender que o tempo de Deus não é igual ao nosso. Em algum lugar do Universo, milhares de anjos estão se movendo e caminham para ajudar aqueles que seguem seus corações.
“Há tempo de plantar e de colher”, diz Salomão em Eclesiastes. Existem momentos em que o guerreiro parte para o combate. Mas existem momentos em que é preciso relaxar, rezar. As coisas virão no seu devido tempo. Não adianta ficar andando de um lado para o outro. Não adianta parecer ocupado ou iludir-se com a sensação de que está fazendo alguma coisa. No intervalo entre um combate e outro, o guerreiro espera. Se não agir assim, seus olhos não poderão enxergar os sinais de Deus. E todos os mapas capazes de guiar seus passos podem passar despercebidos.
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