
O preço do ódio e do perdão
[2]Descubro em minhas anotações de 1989, algumas notas de uma conversa com J., a quem chamo meu “mestre”. Naquela época, falávamos de um desconhecido místico, chamado Kenan Rifai, sobre o qual pouco se escreveu.
Descubro em minhas anotações de 1989, algumas notas de uma conversa com J., a quem chamo meu “mestre”. Naquela época, falávamos de um desconhecido místico, chamado Kenan Rifai, sobre o qual pouco se escreveu.
Os japoneses são inventores geniais. A eles devemos muitas das comodidades que facilitam a nossa vida, a começar pelos radinhos de pilha de que eles foram pioneiros, que disseminaram mundo afora e que se tornou símbolo de modernidade. Tivemos mesmo um presidente, o Médici, que ligou sua imagem ao rádio no ouvido, durante as partidas de futebol.
A nova coleção da Academia Brasileira de Letras, intitulada Antônio de Morais Silva, destina-se a publicar trabalhos sobre Língua Portuguesa, especialmente na modalidade escrita e na variedade culta ou padrão brasileira, sem desprezar as áreas conexas que os atos lingüísticos envolvem.
Não dá para entender. Poucas vezes na história universal, um homem realmente do povo chega ao poder de forma limpa, insofismável, com o apoio explícito da maioria dos cidadãos e com o respeito obsequioso dos que não votaram nele.
Morto há mais de um século, continua Nietzsche sendo ainda motivo de escândalo, no sentido de que ele não nos deixa em paz e, por outro lado, nem nós deixamos sua memória sossegada. Parece que não nos contentamos com o que ele escreveu e exigimos que nos diga mais, que se explique e nos explique. Sentimos que ele nos abriu uma porta, mas não permitiu que entrássemos. Tendo sido ao mesmo tempo filósofo e poeta, diante de sua obra somos levados a querer mais, e só ele nos poderia saciar esta sede.
Ainda está meio confuso, mas parece que os Estados Unidos, em sua aliança com Israel, dobraram-se aos argumentos de Ariel Sharon e aprovaram a caçada aos líderes palestinos, quase todos englobados como terroristas. Nem Arafat escapará dessa limpeza de terreno, que não ficará mais limpo pelo fato de fulano ou sicrano terem sido eliminados.
Não dou opinião por ter ou não ter uma posição de opção política do que se passa no Brasil de meus dias. O futuro é incerto, sempre - mas por observar, como jornalista, que é, exatamente, a profissão obrigatoriamente de observadores, que a nação está se enfraquecendo nas suas bases e as colunas sobre as quais se sustenta poderão ruir, ao peso das contradições, das crises sem solução, à gestão anárquica dos negócios públicos e, sobretudo, à corrupção que medra como tiririca.
Há razões de inquietação sobre o futuro da educação brasileira. Ora é a alegada falta de dinheiro, ora é a sua má aplicação como se fosse um carma que se abateu sobre a principal das nossas prioridades. A incompetência é uma característica do setor, com as naturais exceções, o que dá como conseqüência a baixa qualidade dos serviços prestados à população. A revista “Veja” fez um ranking recente sobre o ensino superior, com dados baseados no falecido “provão”. Salvo as universidades públicas, de um modo geral, os resultados foram desastrosos. Revela-se a formação de uma geração muito pouco comprometida com a busca do conhecimento - e mais interessada no discutível diploma que, na verdade, hoje garante muito pouco em matéria de emprego.
A holandesa no clube
Às vezes a gente tem a impressão de que o Brasil é o país mais explicado do mundo. Talvez seja mesmo, até porque se trata de um hábito nacional buscar entender como uma terra tão extensa e rica parece hoje sem esperanças a tantos de nós. A colonização portuguesa, no momento um pouco esquecida, já serviu de explicação principal durante muito tempo. E não relacionada a fatores históricos pouco levados em consideração, ou mesmo ignorados, mas a noções que, de tão primárias, somente denunciam o preconceito ou a desinformação de quem as perfilha. Portugal, um país minúsculo e de população pequena, chegou, durante muito tempo, a ser uma das potências mundiais mais importantes e, no entanto, seu povo seria congenitamente incapaz. Desde pequeno, ouço como teria sido tão melhor se houvéssemos sido colonizados pelos holandeses, pelos ingleses, pelos franceses e assim por diante. Aí, sim, seria sangue bom, herança genética superior, que nos teria assegurado o desenvolvimento que jamais tivemos e talvez jamais venhamos a ter.
O que caracteriza o pensamento filosófico da Idade Média, que termina com o advento do Humanismo e do Renascimento nos séculos 14 e 15, é a convicção de que a mente humana é capaz de resolver, graças à razão, os problemas que superam os limites da experiência.Já no Mundo Moderno prevalece a idéia, que veio cada vez mais se consolidando desde Bacon a Kant e os pensadores contemporâneos, de que a razão humana não tem capacidade para indagar de questões situadas no plano metaempírico, como, por exemplo, a existência ou não de Deus, a imortalidade da alma ou seu destino ultraterreno.
Na década de 80, na América Latina, três países eram democráticos: Venezuela, Colômbia e Costa Rica. Quando da redemocratização da Argentina e do Brasil, eu e Alfonsín, na reunião de Foz de Iguaçu, início de tudo o que viria a ser a nova relação de integração no continente, com a construção do Mercosul, estabelecemos a chamada "cláusula democrática". O primeiro objetivo nosso era fazer voltar a democracia à região. Hoje, todos os países, com a pergunta sobre Cuba, respiram ares de liberdade e governos constituídos em eleições livres.
Os trabalhos legislativos corriam em Brasília, mornos e monótonos no fim daquela tarde de 3 de setembro de 1968, quando o deputado Marcio Moreira Alves, falando no ''pinga-fogo'', pronunciou um discurso que bem poderia ter ficado inédito, porque proferido para um plenário vazio e que constaria de um registro sem o menor destaque ou importância no Diário do Congresso. Dizia ele mais ou menos o seguinte:
Dois fatos, que aparentemente nada têm em comum, podem servir de reflexão para avaliarmos como ficou difícil o bem comum da humanidade. Bin Laden, que, apesar de comandar uma facção terrorista internacional, não deixa de ser um simples indivíduo, propôs uma trégua a diversos países europeus desde que sejam retiradas as tropas coligadas aos Estados Unidos.
Quando Bush foi eleito para a presidência não depositamos em sua candidatura vitoriosa a confiança que milhões de seus compatriotas entenderam de confiar-lhe. Sua aparência de cowboy, sua rusticidade, apesar de bem casado, o fato de ser governador do Texas, um dos mais importantes Estados da União Americana, daria o crédito de que necessitávamos, pois, como é amplamente sabido, todos dependemos dos Estados Unidos em vários setores, principalmente no comercial.
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