
O susto de S. Sebastião
[2]Não foi um drama, mas uma tragédia o que nos prometeu na entrevista Francisco Dornelles, esse mineiro habitualmente comedido.
Não foi um drama, mas uma tragédia o que nos prometeu na entrevista Francisco Dornelles, esse mineiro habitualmente comedido.
Mensalão, petrolão, escândalos de corrupção que deixaram marcas indeléveis na história do Brasil, e do partido que se propunha a mudar a maneira de fazer política no país, são consequências quase que obrigatórias da atuação no submundo do crime que sustentou a chegada do PT ao comando do governo federal.
O comentário espontâneo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso sobre a falta de alternativa política no país – “Meu Deus do céu! Essa é a nossa alternativa de poder” -, referindo-se aos políticos do PMDB que apareciam na foto da solenidade de desembarque do partido da coalizão governista, reflete a perplexidade que o momento político gera, e não se diga que Barroso, acusado de ser um ministro “petista”, estava se referindo apenas à oposição.
Os conflitos inéditos do último mês põem à prova a maturação da nossa consciência democrática.
No momento conturbado que estamos vivendo, um fato chamou a atenção: o nascimento de um novo e qualificado curso de Direito, no panorama educacional do Rio de Janeiro.
A solução proposta pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, aparentemente salomônica, permitindo que o ex-presidente Lula assuma a Chefia do Gabinete Civil do ministério de Dilma, mas sem foro privilegiado, permanecendo os processos contra ele na jurisdição do Juiz Sérgio Moro, é simplesmente ilegal segundo diversos juristas.
A por enquanto incipiente manobra de aliados governistas em torno de um acordo para que a própria presidente Dilma convoque eleição presidencial antecipada a se realizar juntamente com as eleições municipais em outubro deste ano, depende de duas coisas: que o processo de impeachment que já tramita no Congresso seja sustado, e que o vice Michel Temer aceite renunciar também.
Não proponho abolir as convicções, as diferenças e a controvérsia, mas sim o ódio que as envolve e que é hoje um dos sentimentos mais bem distribuídos do país.
Embora a manifestação do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot sobre a nomeação de Lula para o Gabinete Civil não deva ter repercussão prática, já que existe uma liminar impedindo a posse até que o plenário do STF se pronuncie, seus argumentos no documento de ontem revelam o que deverá ser sua posição em outro processo, este criminal, que poderá gerar um inquérito contra a presidente da República por obstrução da Justiça.
"Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé." A frase é de São Paulo, o convertido da estrada de Damasco, que alguns exegetas consideram o fundador do cristianismo, ou seja, o homem que fez o "blended" do judaísmo, de parte do helenismo e dele próprio. Contrariando os apóstolos reunidos em Jerusalém em torno de Pedro, levou aos gentios a mensagem que modificaria o Ocidente.
A delação premiada de Delcídio Amaral teve seu impacto atenuado pela condução coercitiva que obrigou Lula a depor na Operação Lava Jato e ocupou o noticiário.
A tal "narrativa" que os que ainda apoiam o governo de Dilma Rousseff tentam estabelecer como verdade, de que o impeachment a ser votado no Congresso é um golpe judicial, sem tanques nas ruas, não tem encontrado muita receptividade fora do próprio círculo dos convertidos que, por interesses pessoais ou para não dar o braço a torcer no plano ideológico, continuam insistindo em que o PT representa uma solução para os mais pobres, e por isso deve-se fechar os olhos para os “mal-feitos”.
Se é verdade que a história se repete como farsa, estamos vivendo no Brasil uma repetição de fatos acontecidos na Itália nos anos 1990, na época da Operação Mãos Limpas, que o juiz Sérgio Moro, estudioso do assunto, considera “uma das mais impressionantes cruzadas judiciárias contra a corrupção política e administrativa”.
A mentira tem autoria, serve ao seu autor. O fato é o autor da verdade. E a verdade serve a todos
Em tempos de cólera e “clima de faca nos dentes”, como lamenta o ex-ministro do STF Ayres Brito, não há como não dizer: Ah, se todos fossem iguais a vocês
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