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O brilho de Manoela

 

Foi um sucesso, em Vitória, o lançamento do livro “Ilha do Frade, paraíso capixaba”, da escritora Manoela Ferrari. Muita gente compareceu, felicitando vivamente a autora pelo belo trabalho.

Na obra, valorizada por dezenas de ilustrações coloridas do fotógrafo André Sobral, registra-se, de forma competente, não apenas o que significa o local, considerado o bairro mais exclusivo da capital do Espírito Santo, sinônimo e requinte, graça e refinamento, com os seus valorizados 204 terrenos.

Lá é possível encontrar moradores que têm sobrenomes tradicionais, como os Coser (Octacílio esteve no lançamento, no Hotel Sheraton), Camata, Chieppe, Cabral, Buaiz, Lindenberg, Santos Neves, Tommasi, Rezende, Esteves e Braga (da família do estimado Rubem Braga, meu colega dos gloriosos tempos da Manchete).

A professora Sônia Cabral, casada com o jornalista Maurílio Cabral, foi uma das primeiras moradoras da Ilha do Frade, ainda na década de 70. O casal ficou conhecido como anfitriões de primeira ordem. Ela era uma pianista consagrada, daí o seu renome nos meios artísticos do estado e fora dele.

O levantamento histórico e memorialístico realizado por Manoela Ferrari, que tem o dom da escrita em seu DNA, com inspiração acadêmica, resgata dados documentais do passado, traçando a trajetória do local desde os primórdios do descobrimento, num apurado trabalho de pesquisa. Com requinte, talento e sensibilidade, a autora foi além do registro simplesmente textual. Mesclou, com exatidão primorosa, como é próprio do seu acurado estilo, a tênue linha que separa o lirismo da precisão histórica. Daí os calorosos elogios com que a autora tem sido cumulada.

Como resultado, temos uma obra impecável de resgate, não só de documentos, mas principalmente de memória e afetos, apresentando, com leveza e ao mesmo tempo profundidade, o que significa, realmente, o privilégio de morar na Ilha do Frade, um encantador reduto  da capital espírito-santense.

Manoela Ferrari é formada pela PUC/Rio em Comunicação Social e, no seu livro, ela assinala que “graças à visão e empreendedorismo do empresário capixaba José Moraes, a ilha se tornou o mais admirado loteamento até hoje surgido no Espírito Santo”. Para o empresário Américo Buaiz Filho, “é uma ilha dentro de outra ilha, com praias exclusivas, vistas lindas, parques... onde só casas podem ser construídas”. E foi isso que aconteceu, numa região verdadeiramente abençoada. O livro é da Editora Consultor/Rio.

O Globo, 30/05/2019