Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > A escola do cidadão global

A escola do cidadão global

 

O lendário Educandário Santa Teresa, da Santa Casa da Misericórdia, na rua General Severiano, parece mesmo destinado a fazer história. Depois de abrigar por muitos anos um grande número de crianças desvalidas, cedeu seu precioso espaço para ser a sede de Botafogo do tradicional Colégio Anglo Americano. Fui o responsável por essa transferência, graças aos aos conhecimentos que linha com a direção da Santa Casa. 

Graças a isso, naquele bonito espaço funcionaram durante muitos anos não só o Colégio Anglo Americano, com mais de 1.500 alunos, mas também a Sesat, de ensino superior, com os seus cursos de Administração e Tecnologia da Informação. Era muito gratificante visitar aquelas instalações e verificar a atividade intensa em suas salas de aula, biblioteca e laboratórios. Depois, essas escolas foram transferidas para outros espaços, sobretudo na Barra da Tijuca, e houve um tempo em que o vazio esteve presente. Uma pena, num local privilegiado. 

Mas tive uma boa notícia, outro dia, quando encontrei o amigo Joaquim Falcão numa conferência na Academia Brasileira de letras. 

Disse-me o professor da FGV que. a partir de 2017, funcionará naquele espaço privilegiado a Escola do Cidadão Global, com uma riquíssima proposta pedagógica. financiada pela Fundação Lehman. 

Vem aí a Escola Eleva, com mais de 1.000 matrículas (já preenchidas), com objetivos bastante ambiciosos: proatividade, perseverança, pensamento critico, comunicação, colaboração e curiosidade - tudo a serviço do êxito pessoal e profissional. 

Segundo o sonho dos seus dirigentes, ciências humanas e matemáticas, arte e tecnologia irão conviver, na escola básica, com temas como Identidade e Diversidade. Ética e Justiça. Saúde e Educação. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Sociedade e Cultura. Como se vê, uma proposta verdadeiramente ambiciosa, o que será garantido por um corpo docente de primeira ordem, praticamente arregimentado. 

Outra garantia que já se tem é o tempo destinado aos estudos. Não será um curso de meia confecção, como é usual em nosso sistema escolar. Vai se aproximar do que chamamos de tempo integral, como acontece nos países do mundo desenvolvido. Com aulas completas de 50 minutos e horas destinadas a pesquisas em laboratórios moderníssimos e consultas a urna riquíssima biblioteca que está sendo montada na centenária instituição. 

Quando se sabe que está nascendo uma escola-modelo, e numa das regiões mais nobres do Rio de Janeiro, tudo isso é motivo de alegria. Até porque, quem sabe, será a primeira escola de uma série, com todos os cuidados requeridos. Precisamos estimular o crescimento de escolas com educação de qualidade. É disso que o Rio precisa c essa é uma boa oportunidade.

Diário da Manhã (GO), 12/10/2016