
Diálogo com o mundo
[2]Ninguém duvida da capacidade de comunicação do Papa Francisco. Suas demonstrações são inequívocas.
Ninguém duvida da capacidade de comunicação do Papa Francisco. Suas demonstrações são inequívocas.
Até agora, não me convenci da moralidade e eficiência da delação premiada, a não ser em caso de guerra declarada contra o inimigo real. Fora disso, a delação pode ser confundida com a tortura ou a chantagem. Há um ditado antigo: condena-se o delatado e despreza-se o delator.
Somente um imbecil poderia afirmar que a esquerda chegou ao poder. O governo do PT é, em muitos sentidos, uma confusa colcha de retalhos, e faltando a costura interior, adotou um desenho eminentemente conservador.
É comum o cronista receber mensagens de leitores criticando o horror que ele expressa pela humanidade. Condenam o pavor que dedico aos homens, mulheres e instituições.
Embora não tenha compromisso com a ciência e a história, o Gênesis, primeiro livro da Bíblia aceita por várias religiões, é o relato literário mais articulado da criação do mundo, acima e afora das teses acadêmicas.
É mais fácil prever o futuro do que entender o passado. Evidentemente, em visão panorâmica. Em detalhes, o futuro será sempre enigmático, daí o lugar comum formado e firmado pelo veredicto dos séculos: o futuro a Deus pertence.
Arthur Xexéo, meu parceiro num programa da CBN, faz uma espécie de retrospectiva sobre o passado, bolou a "Mala do Ano", em que destaca as principais gafes, besteiras e chatices de personagens que em 2015 encheram o saco do respeitável público, tornando-se eméritas malas sem alça que fomos obrigados a carregar.
As coisas não andam bem aqui no Rio de Janeiro, apesar da lama de Mariana não ter chegado ainda a outro rio, o Comprido, filete de água em cujas margens vivi e estudei durante dez santificados anos no seminário onde traduzi o "Pro Milone", o melhor discurso de Cícero, apesar de as Catilinárias serem mais famosas e de estarem em evidência por causa da Operação Lava Jato.
O Natal é talvez a mais simpática das convenções da civilização cristã ocidental, embora, com o tempo, tenha se transformado mais em ocidental do que em cristã. Mas isso não nos importa. Importa é que o Natal é um oásis de protocolar e epidérmica boa vontade entre os homens.
Em crônica antiga, tentando definir Copacabana, considerei o morador mais importante do bairro o poeta Carlos Drummond de Andrade e o menos importante um anônimo que, depois de beber bastante, ia para o meio da rua e ficava berrando: "Olha a crise!", Olha a crise!". O poeta me corrigiu: "O mais importante não sou eu, é o outro cara".
O principal argumento que dona Dilma e a assanhada militância do PT, a começar pelo seu assanhadíssimo fundador, é que a Operação Lava Jato é um golpe, uma violência contra a Constituição, os bons costumes da nossa vida pública, um terceiro turno da última eleição presidencial.
Nunca foi tão fácil para o Brasil resolver todos os seus problemas. Passei o último domingo lendo nossos jornais e revistas e vi que a solução nunca esteve tão na cara como agora. Desde as Guerras Púnicas, quando Catão descobriu o inimigo de Roma e bradou, sem jornais e revistas, o diagnóstico correto ("Delenda Cartago"), que a história não criou condições para se descobrir o inimigo óbvio de um país e de um povo.
O sentimento é geral: estamos vivendo um dos momentos mais vergonhosos de nossa vida republicana. A presidente Dilma e o PT em massa estão falando em golpe. Já tivemos vários e dramáticos golpes na nossa história, basta lembrar a Proclamação da República, a Revolução de 30, a queda da ditadura Vargas e, o mais trágico de todos, o golpe militar de 1964.
Estou sabendo que uma turma de cobras, em Paris, está chegando a um plano ou coisa que o valha sobre o clima na Terra, o meio ambiente e outros temas de nosso tempo.
Quando o Brasil perdeu para o Uruguai, em 1950, fiquei triste. Na última Copa do Mundo, quando o Brasil perdeu para a Alemanha por 7 a 1, eu não fiquei triste, fiquei envergonhado. Menos envergonhado do que agora com as trapalhadas de nossa vida pública.
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