
De bem a pior
[2]Diante do portão ainda fechado, olho por entre as grades do edifício e avalio a rua. Poucos passantes, alguns porteiros varrendo a calçada, tudo indica que o temido encontro será evitado novamente. Tem dado um pouco de trabalho, mas venho conseguindo driblá-la com eficácia e faz tempos que não a vejo. Bem verdade que, paradoxalmente, tenho uma certa saudade dela, mas sou obrigado a reconhecer que fico aliviado por não vê-la, é melhor assim. Inspeção concluída, tomo coragem e saio andando em direção à banca de jornal, aonde chego sem problemas e da qual volto devagar, espiando distraidamente as manchetes e sem suspeitar do que me espera, depois de dobrar a esquina de minha rua.