Estudos do IBGE permitem afirmar que, se tivermos 212 milhões de brasileiros neste ano, estaremos assi-nalando a existência de uma po-pulação cada vez mais idosa. É uma tendência da qual não podemos fugir. Se nos valermos do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pela ONU, infelizmente estaremos ocupan-do o 84º lugar no concerto das nações. Em primeiro lugar está a Islândia, em segundo, a Noruega e a Suíça. Melhorar essa mar-ca demandará um grande esforço, em todos os setores, e parece que estamos longe disso, sobretudo em relação às carências educacionais.
Nossa taxa de fecundidade está abaixo da taxa de retorno (2,1) em todas as regiões do Brasil, o que é bastante sintomático. Saiba, no entanto, que a queda da fertilidade é um fenômeno global, segundo estudos do economista Cláudio R. Contador, apresentado em sessão do Conselho de Notáveis da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. A expectativa de vida do povo brasileiro hoje é de 77 anos. Devemos ter 40 milhões de anos em 2030. Há uma crescente força de geração prateada no Brasil. No Indicador de Longevidade Pessoal, são considerados dos atributos individuais, como a genética, a atividade física e intelectual, o interesse em mudanças e aprendizagem, a interação social, os cuidados com a saúde etc.
Observa-se hoje uma presença maior em cursos de graduação de alunos com mais de 60 anos: 51,4 mil alunos ante 32,6 mil em 2012 (aumento expressivo de 56%). Esse pessoal subiu lentamente até a década de 1970, quando a curva começou a acelerar, até disparar na última década. O que o especialista Contador afirmou, baseado na demografia, é que o Brasil do futuro será mais urbano, mais envelhecido, mais feminino, mais interiorano, com familias menores e mais plurais em termos de estrutura familiar, filiação religiosa e composição de raça/cor.
Para que isso aconteça, é pre-ciso aperfeiçoar os sistemas de saúde, pública e privada; melhorar a previdência privada e social; ter uma boa infraestrutura de transporte, urbanismo e construções e um melhor padrão de consumo.
Mas é claro que a nossa agitada sociedade está sujeita a fatores que podem alterar a configuração que ela hoje apresenta. Estudos comprovam que entre esses elementos podemos destacar a poluição, o tabagismo, a nutrição maternal e infantil e, em menor escala, o alcoolismo, os acidentes no trânsito, as doenças tropicais, a falta de um adequado saneamento (questões de higiene), o HIV/Aids.
Como se vê, é um quadro complexo, em que não existe razão para comemorações, pelo menos por enquanto. Até porque é preciso incluir nessa lista a inequívoca presença da violência, nas zonas urbana e rural (os indige-nas são vítimas dela).
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[1] https://www.academia.org.br/academicos/arnaldo-niskier