Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos

Artigos

  • A vida no lugar da morte

    O Globo, em 07/08/2022

    É a Humanidade que está se desfazendo ou são os meios de comunicação que se multiplicaram e se aperfeiçoaram, colocando-nos imediatamente a par de tudo o que está acontecendo no mundo? Num passado não muito distante, nós levávamos um certo tempo para saber o que se passava na Europa ou em qualquer outro continente desse planeta.

  • Como ser feliz

    O Globo, em 31/07/2022

    Não preciso dizer que nunca vi na minha vida fotos tão belas sobre a Amazônia. Acho que todo mundo está cansado de ouvir isso das fotografias de Sebastião Salgado sobre a região. Eu já as tinha revisto em exposição, no Museu do Amanhã, uma mostra em cartaz com a participação de sua companheira, Lélia Wanick Salgado, mais uma vez preciosa e fundamental a nos iluminar com o que é especial naquilo tudo (só ela é capaz de destacar com precisão o que está exposto).

  • A disputa dos filmes

    O Globo, em 24/07/2022

    Os filmes continuam nos ensinando coisas que, de outro jeito, nunca saberíamos. Na versão recente de “Top Gun: Maverick”, o personagem de Tom Cruise diz que quer descobrir quem ele é mesmo. Ed Harris não responde exatamente o que ele pergunta, mas lhe dá uma deixa troncha: “Gente como você está em vias de extinção”. Cada cabeça participando desse diálogo guarda um sentido para a resposta. E fervem de pensar.

  • Onde cabemos todos

    O Globo, em 17/07/2022

    É claro que o Brasil não anda lá muito bem das pernas. Se você não tiver preconceitos, se for uma pessoa que não se importa em falar mal do que ama, não vai sofrer quase nada com essa intuição crítica difícil de ser ignorada. A única saída a que você pode recorrer é lembrar e repetir sempre que não é o Brasil que não anda muito bem das pernas. É o mundo.

  • No céu com diamantes

    O Globo, em 10/07/2022

    Talvez eu ande falando demais de gente que já morreu. Mas não posso deixar de saudar, por exemplo, Aldir Blanc e Paulo Gustavo, dois grandes artistas cujas leis de incentivo à cultura que levam seus nomes foram reavaliadas pelos deputados que negaram apoio ao veto do presidente. Como não posso deixar de dizer que Sergio Paulo Rouanet, falecido outro dia, vai fazer muita falta ao Brasil.

  • A bandeira do porvir

    O Globo, em 03/07/2022

    Danuza Leão se encantou, como costumava dizer Guimarães Rosa. Como todo gênio que atua em espaço escolhido a dedo pelo destino, Danuza foi uma agitadora de ideias femininas sem discurso óbvio e manjado. Um dia, seu papel social na formação de um Brasil moderno ainda será mais bem entendido e se lhe fará justiça (como a tantas outras mulheres do período), mesmo que o Brasil não tenha tomado o rumo com que ela e todos nós sonhamos. Talvez só nos livrando de quem hoje nos sufoca compreenderemos melhor o que Danuza nos propunha, mesmo que não tivesse consciência disso (será que não tinha mesmo?).

  • Sob árvores frondosas

    O Globo, em 19/06/2022

    Bem que eu queria escrever sobre outro assunto qualquer, preferia que nada disso tivesse acontecido, muito menos na Amazônia. Mas não dá. O assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips chocou o Brasil e o mundo, a morte deles no Vale do Javari é o único assunto que hoje interessa a todos nós. Por motivos distintos, mas sem exceção.

     

  • O que vem por aí

    O Globo, em 12/06/2022

    Foi um amigo, o jornalista Zevi Ghivelder, quem me lembrou do aniversário próximo da estreia de “The jazz singer”, o primeiro filme sonoro na história do cinema, lançado em Nova York, 95 anos atrás. Um musical, como não podia deixar de ser num país que sempre cultivou a música popular como rica manifestação de seu povo, uma marca plural e maior de sua cultura. De cineastas e críticos a jornalistas especializados e espectadores regulares, quase todos os que estiveram presentes à noite de gala condenaram a experiência. Diziam que aquilo não era cinema.

  • Como fazer

    O Globo, em 05/06/2022

    O Festival de Cannes desse ano se encerrou essa semana com a vitória de um filme sueco. Em 2019, o cinema brasileiro recebera grande destaque e prêmios com “Bacurau”, de Kleber Mendonça, e “A vida invisível”, de Karim Aïnouz. Mas há 60 anos atrás, ganharíamos a Palma de Ouro, o prêmio máximo do festival, com “O pagador de promessas”, realizado por Anselmo Duarte com produção de Oswaldo Massaini. Entre as duas datas, nossos filmes seguiram sendo exibidos em Cannes e em outros festivais internacionais, ganhando prêmios e virando sucessos pelo mundo afora. Mas nada se compara à Palma de Ouro.

  • De volta ao futuro

    O Globo, em 29/05/2022

    Como fazer um filme, uma peça de teatro ou ficção literária precisa de algum dinheiro, quando a cultura é perseguida e não pode se expressar livre e independentemente, o que melhor revela o que está se passando é a canção popular. Ao longo dos anos, em diferentes casos e países, é ela que tem nos contado o que acontece de verdade.

  • As mães de cada um

    O Globo, em 22/05/2022

    Leio sempre as cartas de leitores às publicações que leio. Elas são escritas por necessidades às vezes difíceis de se avaliar, mas me faz bem lê-las. No último Dia das Mães, lembrei-me de um recorte que guardo há dois anos. Publicada durante o anúncio inaugural da pandemia, no início de 2020, a carta de Sergio Alves, leitor de O GLOBO, dizia assim:

  • A volta da Cinemateca

    O Globo, em 15/05/2022

    Desde que os primeiros europeus botaram os pés na América, em 1492, ficou combinado entre eles que só havia canibais entre os indígenas do Novo Mundo. De volta à Europa, os caronas de Cristóvão Colombo espalharam essa história por onde andavam. Pouco depois, Pedro Alvares Cabral aportou mais ao sul do mesmo continente desconhecido e seus embarcados adotaram o mesmo discurso que devia ajudar a afastar aventureiros daquelas preciosas “descobertas”. A coisa não pegou, o gosto da aventura e do enriquecimento rápido era mais poderoso que o medo de ser comido pelos canibais americanos.

  • Eu não disse?

    O Globo, em 01/05/2022

    Não acredito nos argumentos viciados que começam com uma frase irritante, a afirmar a superioridade sobre o outro: “Eu não disse?”, diz o interlocutor infeliz que, embora em maus lençóis, ri do fracasso de quem não previu para onde estávamos indo. O que estão querendo nos dizer com um sorriso de satisfação, embora seja o sorriso do infeliz derrotado e humilhado, é que o outro é um imbecil que não percebeu o valor da intervenção feita no passado. Uma intervenção decisiva que, uma vez ouvida, nos salvaria da merda em que hoje rolamos.

  • As suçuaranas da cultura

    O Globo, em 17/04/2022

    A televisão revelou, a partir de um dispositivo fotográfico montado estrategicamente dentro da mata litorânea do Rio de Janeiro, a sobrevivência de suçuaranas, belas onças-pardas típicas da região, dadas como em extinção há cerca de um século.

  • Viva a Vida!

    O Globo, em 10/04/2022

    Está certo. Os caminhoneiros devem estar precisando mais do que os produtores de cultura. O Banco do Brasil reservou 8 bilhões de reais para suas necessidades, enquanto o presidente vetava o projeto, já aprovado no Congresso, que destinava metade desse valor aos produtores de cultura através da Lei Paulo Gustavo. Fausto Ribeiro, presidente do BB, anunciou que o banco e o governo estão “de braços abertos para todos os caminhoneiros”.