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Artigos

  • Zezinho Bonifácio

    Os Divergentes, em 07/02/2022

    Zé Bonifácio - Zezinho, entre os seus colegas de Parlamento, José Bonifácio Lafayette de Andrada -, que foi signatário do Manifesto dos Mineiros e presidente da Câmara dos Deputados, era tido como homem de muito bom humor que gostava de contar pilhérias e, não raro, fazia graça com seus colegas. Mas a mim sempre tratou muito bem e com grande amizade.

  • Um Perfil de Coragem - II

    Os Divergentes, em 30/01/2022

    Contei na semana passada a história do grande gesto de coragem cívica do Adauto Lúcio Cardoso ao defender a Lei acima das contingências políticas. Ele foi, sem dúvida nenhuma, um dos grandes brasileiros do século passado. Era de uma retidão absoluta, que não o impediu de fazer política com todas as qualidades - ao contrário do que se costuma dizer para desqualificar a política e os políticos, a política não apenas pode, mas deve ser feita, para ser legítima, com a visão dos valores éticos que pautam a sociedade. Adauto era uma fortaleza moral, impávido, respeitado por toda a Câmara, por todo o Congresso, por todos.

  • Um Perfil de Coragem - I

    Os Divergentes, em 23/01/2022

    Tenho retomado aqui pequenas narrativas sobre a vida e seus personagens que recolhi há alguns anos com o título de Galope à Beira-Mar. Nele conto histórias de grandes brasileiros, grandes políticos que engradecem nosso País e são exemplos para as novas gerações. Entre eles se destaca Adauto Lúcio Cardoso, um exemplo de coragem política como os do famoso livro de John Kennedy, Profiles in Courage.

  • A política é o permanente

    Os Divergentes, em 09/01/2022

    A política, não só no Brasil, mas em toda parte, tem andado numa maré de desprestígio. Isso é da maior gravidade, pois gera um círculo vicioso: os jovens que se preocupam com a sociedade e com a justiça social se afastam da vida pública, que passa a ser ocupada cada vez mais por pessoas incompetentes que trabalham por seus interesses pessoais, esquecendo o Estado e o bem comum, aumentando o desgaste da política.

  • Bom Ano Novo

    Os Divergentes, em 05/01/2022

    'Primum vivere, deinde philosophari' - 'Viver, depois filosofar', disse Hobbes no século 18 reformulando os versos antigos de Horácio: 'Dum loquimur, fugerit invida aetas: carpe diem quam mininum credula postero.' 'Enquanto falamos o tempo foge invejoso: aproveita o dia, confiando no amanhã o menos que puder.'

  • Doidos, mas nem tanto

    Os Divergentes, em 19/12/2021

    Algumas figuras populares são adeptas à política. O nosso Sócrates era um dos que sonhava ser eleito para qualquer coisa. Outro, na década de 1950, aqui no Maranhão, era o Paletó.

    Ele dizia sempre: 'Sou o número um das Oposições Coligadas.' Eu ainda o conheci: ele não faltava a nenhuma das reuniões dos nossos partidos políticos.

  • Afonso e Getúlio

    Os Divergentes, em 07/11/2021

    Afonso Arinos de Melo Franco deu à tribuna parlamentar brasileira uma dimensão muito elevada, com peças memoráveis, que orgulhariam qualquer Parlamento, em qualquer tempo.

  • A fome

    Os Divergentes, em 31/10/2021

    As imagens têm se sucedido Brasil afora: as pessoas catando lixo e descartes de comida em busca de superar o drama terrível da fome. Quando isso acontece é sinal de que atingimos uma linha de alerta para a qual é necessária a mobilização de toda a sociedade.

  • Presidente a ser impedido

    O Globo, em 26/10/2021

     O ex-presidente José Sarney cunhou a expressão “liturgia do cargo” para definir a responsabilidade perante a população de um presidente da República no cargo que ocupa. Das palavras ditas ao comportamento pessoal, tudo tem seu peso político. Mas há distinções entre comportamentos popularescos e aqueles espontâneos, especialmente quando a espontaneidade revela um político excêntrico, mas vencedor e com visão de história.

  • O Tempo e o Vento

    O Estado do Maranhão, em 24/10/2021

    O jornal sempre foi minha paixão. A palavra impressa, transmitindo sentimentos, fazendo história, no contar o dia a dia. Quando estava no Liceu Maranhense, aos quatorze anos, fundei a Folha do Estudante, que desejava ser a alma dos jovens colegas, expressas na poesia, na crônica, no desejo de deixar as palavras impressas, eternizadas. Ficamos no primeiro número.

  • Republicanos e federalistas

    O Estado do Maranhão, em 17/10/2021

    Hoje, República ganhou um status que nunca tinha tido na História do Brasil. Não falo do exercício do sistema de governo em si, mas da palavra republicano, que no Império nem na propaganda republicana era usada. No próprio Manifesto Republicano de 1870 a palavra só é usada no título do documento e do partido que se fundava. Seguia-se o exemplo americano, em que os fundadores, em seus debates sobre a Constituição, foram marcados pelo título de federalistas dado aos artigos de Madison, Hamilton e Jay, enquanto republicano era usado em oposição a democrático, forma de governo considerada então como anárquica.

  • Uma lição de Milton Campos

    O Estado Maranhão, em 14/10/2021

    O tema 'reforma' esteve sempre presente nos debates políticos. Passei 54 anos no Parlamento e não teve uma legislatura em que não houvesse alguma coisa para reformar.

    A Reforma Agrária era o tema quente e ser adepto dela valia um certificado de comunista. Discutindo isso com Milton Campos, ele me advertiu: 'Olha, Sarney, aqui sempre tem alguma coisa para reformar, e quando as reformas forem feitas, não precisamos mais de reformas.'

  • O Brasil é maior do que as crises

    O Estado do Maranhão, em 03/10/2021

    Hoje, do alto dos meus noventa e um anos, não tenho mais o direito de ser pessimista. Já vi tantas coisas, já vi tantos problemas, vivi muitos deles e constatei que, quando tudo parecia difícil de superar, o Brasil atravessava todos os obstáculos e continuava crescendo. Eu fiquei surpreso quando soube que o nosso Brasil foi um dos países com maior crescimento per capita do mundo no século 20.

  • A Constituição de Pernas Quebradas

    Jornal O Estado do Maranhão, em 26/09/2021

    Luís Maklouf, que escreveu um dos melhores livros para se entender a Constituição e explicar como ela teve uma vida até agora completamente híbrida e incoerente, começa o seu livro 1988: Segredos da Constituinte dizendo que é difícil e quase impossível contar uma história tantas vezes contada.

    Seu livro é um conjunto de depoimentos dos constituintes mais importantes, daqueles que a fizeram, escreveram e receberam a chuva de lobistas e de seus interesses corporativos. Esse fato dá a noção de como foi desorganizado o trabalho da Assembleia e como faltou a ela a capacidade de ter uma visão de conjunto da Constituição.

  • Um Bom Debate

    O Estado Maranhão, em 19/09/2021

    A Fundação Ulysses Guimarães, do MDB, promoveu um Seminário, não fulanizado, como dizia Marco Maciel, da maior importância para discutir a crise brasileira, suas raízes históricas e soluções futuras. Foi muito útil, e a presidência do Nelson Jobim, um dos mais preparados homens públicos do Brasil, deu o tom ao debate. Duas constatações foram unânimes: que vivemos sempre em crise e que estas sempre encontraram uma solução pacífica, característica do país.